Para ir caminhando
Princípios a não perder de vista que furtei do terrear
E se defendessemos alguns princípios sensatos?
Como por exemplo,
i) ninguém poderá exercer as funções de avaliador sem formação (sem conhecimento específico) para essa actividade complexa.
ii) ninguém pode definir objectivos individuais sem que o projecto educativo enuncie de forma clara os objectivos (e as metas) organizacionais.
iii) ninguém pode definir objectivos individuais sem que o Departamento enuncie os objectivos departamentais.
iv) ninguém pode definir os seus indicadores de medida sem que a organização o faça tendo em conta os anos, os cursos, as fileiras de estudo...
v) ninguém pode aceitar grelhas de observação e de registo que espartilhem e desconjuntem a actividade profissional.
vi) ninguém pode aceitar instrumentos de registo que lhe devolvam uma imagem desfocada, desfasada da realidade.
vii) ninguém deveria aceitar que os instrumentos de registo deixassem de fora dimensões da sua actividade educativa.
viii) ninguém deveria aceitar uma avaliação ao serviço do policiamento, da conformidade, da subserviência
e deveriam reclamar
a) a redução e flexibilização do número de critérios;
b) a redução dos níveis/descritores/indicadores de medida (porque esta ilusão eficientista/objectivista é pura perda de energia e fonte permanente de disputa interpretativa)
c) a flexibilização do nº de observação de aulas.
ou seja
afirmar que a avaliação tem de ser um meio flexível, económico, ajustado às realidades, alinhado com os fins proclamados, acessório. E não inquinar toda a prática educativa.
Meu muito caro José Alves
Neste momento há questões que deveriam nortear a discussão nas escolas: 1.º Queremos a avaliação? Não há razões para não o querer, pelo que a segunda questão está associada à 2.ª Que tipo de avaliação queremos? As opções resumem-se à interna e à externa. Porque não somos uma empresa (para tristeza de muitos) a avaliação que faz sentido é a interna (denominada interpares). Daqui resulta uma 3.ª questão: que tipo de avaliação interna pretendemos? Eu creio que faz todo o sentido que seja uma avaliação da qual decorra uma melhoria das práticas educativas o que significa, grosso modo, que avaliador e avaliados devem realizar um trabalho colaborativo, quer na planificação, quer no desenho dos planos de aula, quer na elaboração de materiais de suporte às práticas lectivas. Assim, o avaliador vai tomando conta do grau de envolvimento, dos contributos produzidos, ... e o avaiado vai reunindo o feed back essencial à melhoria do seu desempenho.
Consequentemente, não faz sentido a aplicação de grelhas ou de outros instrumentos de notação que não tenham sido objecto de experimentação.
Consequentemente, não faz sentido que o processo seja despoletado de imediato em todas as escolas;
Faz todo o sentido avançar por etapas. Avançar onde for viável, com acompanhamento e monitorização, procedendo ao alargamento da experiência num prazo que permita que todas as escolas realizem os procedimentos elementares à boa aplicação das metodologias de avaliação.
Acho que o melhor indicador que a senhora ministra deveria analisar com cuidado é este: os milhares de professores que poderiam ter sido seus aliados neste processo de alteração de práticas estão contra ela.
Como vês escrevo ao correr da pena só porque fiquei com a convicção, errada já se vê, de que tinhas perdido o fôlego.
Um destes dias volto ao assunto, com maior clareza e disponobilidade de tempo. Amanha começam as avaliações.
NÃO É EXTRAORDINÁRIO QUE A SENHORA MINISTRA AFIRME QUE QUEM AVALIA ALUNOS ESTÁ PREPARADO PARA AVALIAR PROFESSORES?
Recorda: «Todas as flores são rosas; a minha tia é rosa, logo, a minha tia é flor» Quem diria que pela mão da ministra eu iria recordar os silogismos do saudoso 7.º ano de escolaridade...
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