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M. Eugénia Prata Pinheiro

quinta-feira, junho 10, 2010

Tem graça! - copiei do P. Guinote

Como fazer estudos sobre a educação em Portugal

Não é uma inconfidência. O Nuno Crato contou a peripécia perante uma audiência de uma centena de pessoas na passada 3ª feira. Resumindo: um dia a Sociedade Portuguesa de Matemática recebeu luz verde da Gulbenkian para um subsídio para fazer um estudo sobre o ensino da Matemática.

Em reunião entre ele, Marçal Grilo e Maria de Lurdes Rodrigues ficou definido o tipo de estudo a fazer, no caso sobre as práticas de ensino da Matemática em sala de aula.

Parecia tudo encaminhado. Em outro dia, antes do arranque do estudo, Nuno Crato foi convocado para uma reunião com o então (salvo erro) director da DGIDC que o inquiriu sobre as conclusões do estudo a fazer.

Como o inquirido se mostrou espantado com a metodologia assumida pelo inquiridor – as conclusões do estudo antecederem a sua realização – este declarou que o ME não ia aceitar estudos com conclusões contrárias aos interesses políticos do momento.

O estudo não foi feito pois até a entrada nas escolas para o realizar foi proibida à SPM.

Isto vem um pouco a propósito de um estudo (impresso em finais de 2009) que comprei hoje na Fnac (da responsabilidade de investigadores desta organização), interessante no título e em muitos dos dados coligidos, mas completamente excêntrico, para não dizer coisa pior, nas conclusões.

Porque os conceitos estão correctamente expostos, a análise dos dados é interessante, mesmo se não , percebe bem a selecção de países que é usada. Só que dos dados se dá um salto quântico para algumas conclusões que não têm qualquer base naqueles ou não resultam de nenhuma informação ou avaliação concreta das medidas que se apoiam. Ou seja, os dois últimos parágrafos do estudo são um panegírico das Novas Oportunidades e do Plano Nacional de Leitura sem que nenhuns dados sobre a sua implementação ou impacto existam nas dezenas de páginas anteriores.

Mas, por regra, são essas as passagens usadas para divulgar na imprensa.

Será que os autores também tiveram uma reunião prévia com o tal director-geral ou alugém equiparado?