A pergunta necessária
Vamos pensar por momentos que é dum governo de coligação ou de unidade que o país provisoriamente precisa, como sugeriram Luís Amado, Paulo Portas, empresários e meia dúzia de políticos. Como sabemos, há boas razões para a ideia. Para tempos de emergência, governos de emergência. Só que, isto dito, é apenas o princípio. Falta saber sob que condições se faria a "unidade." Fazendo cenários, sempre uma profissão de risco, que condições seriam essas?
Para começar: José Sócrates. Dizem que temos má vontade contra este homem, por acaso também nosso primeiro-ministro. Nem tanto. No entanto, se alguém estiver por aí disponível para celebrar mais acordos com o líder do PS, se alguém lhe reconhecer mais confiança e credibilidade, é razão para desejar boa sorte. Outros tentaram e não regressaram. [...]
Resta a condição mais importante de todas. Quem defende um governo de emergência ou unidade (as designações são para aqui irrelevantes) quer exactamente fazer o quê? Não é uma pergunta de somenos. Quer um governo pluripartidário para permitir aos partidos um controlo mais eficaz da crise, conter o avanço da extrema-esquerda, debelar a contestação social, para já adormecida? Quer uma espécie de "governo-chapéu-de-chuva" que proteja os dois grandes partidos dos custos políticos da austeridade, para que, uma vez acabada a crise, as coisas retomem o seu curso?
Para começar: José Sócrates. Dizem que temos má vontade contra este homem, por acaso também nosso primeiro-ministro. Nem tanto. No entanto, se alguém estiver por aí disponível para celebrar mais acordos com o líder do PS, se alguém lhe reconhecer mais confiança e credibilidade, é razão para desejar boa sorte. Outros tentaram e não regressaram. [...]
Resta a condição mais importante de todas. Quem defende um governo de emergência ou unidade (as designações são para aqui irrelevantes) quer exactamente fazer o quê? Não é uma pergunta de somenos. Quer um governo pluripartidário para permitir aos partidos um controlo mais eficaz da crise, conter o avanço da extrema-esquerda, debelar a contestação social, para já adormecida? Quer uma espécie de "governo-chapéu-de-chuva" que proteja os dois grandes partidos dos custos políticos da austeridade, para que, uma vez acabada a crise, as coisas retomem o seu curso?
Quando perguntamos - governo de unidade para quê, com que objectivos, com que compromissos? - estamos a colocar a exacta pergunta que os partidos interessados também têm na cabeça, apesar de se absterem por enquanto de mais desenvolvimentos com medo de espantar a caça. E estamos a fazer a pergunta que importa fazer dentro deste cenário. [...]
Por isso, quando leio nos jornais que o Governo tenta "colar" o PSD à instabilidade, receio que o móbil possa ser outro. Achegamo-nos um ao outro para nos defendermos melhor das tormentas da era. Nesse caso, o último a sair que apague a luz. Jurista
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home