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M. Eugénia Prata Pinheiro

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Fim da escola?

Do Público

Catorze alegados candidatos à nacionalidade portuguesa foram detidos, sábado, pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, quando se preparavam para realizar exames de língua portuguesa, um procedimento obrigatório para os requerentes da nacionalidade. Doze dos 14 detidos foram acusados de fraude, já que se apresentaram a exame munidos com os documentos de identificação dos verdadeiros candidatos. Em Setembro, numa operação idêntica, foram detidas 67 pessoas.

Quando eu era jovem as forças policiais não podiam entrar nas escolas. Esta interdição ficou-me colada e, quando nos dias de hoje vejo prantado no pátio o carro da "escola segura",o estômago dá nó.

No sábado que passou o nó foi brutalmente apertado.
Fui convocada para os exames de língua portuguesa. Já decorria a prova quando a representante da direção veio à sala avisar os professores vigilantes que os examinandos deviam no final da prova manter-se nos respetivos lugares uma vez que os inspetores do SEF se encontravam na escola para verificação dos seus documentos. Contrariamente ao que diz a notícia, foi no final da prova que decorreu a cerimónia.

Esta incursão na escola parece-me absolutamente ilegal. Se estas provas "procedimento obrigatório para os requerentes da nacionalidade" servem para estas caçadas, não devem realizar-se nas escolas. Que as realizem no governo civil ou na esquadra mais próxima e que as pessoas saibam ao que vão. As escolas não podem ficar armadilhadas. Nas escolas as pessoas devem estar em segurança, ser respeitadas e estimadas. Escola/cilada não é escola.

Diz a notícia que doze "tentavam a fraude". Ora de habilitações fraudulentas é melhor não falarmos. Estes candidatos, sem possibilidade de prestarem prova por fax, experimentam outros recursos. Apanhados, são detidos e não sei o que os espera depois mas estou em crer que não chegarão a cargos governamentais ou a administrações da banca.

Dos outros dois não há detalhe na notícia. Mas diz-se que em setembro, em operação idêntica, já tinham sido detidas 67 pessoas. É estranho que só agora tal seja tornado público. Soubera eu e não me apanhariam como isco. Que mais me esperará neste admirável estado novo?

Da hipócrita preocupação com o domínio da língua falarei um dia destes







2 Comments:

Anonymous Aristes said...

Fim da democracia?

1:42 da tarde  
Anonymous setora said...

Pois, sim, será mais isso.

10:59 da tarde  

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