O poder das famílias Inconstitucionais
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Porquê? Uma hipótese explorada pela esquerda é a de que esses jornais paulistas estão inteiramente "feitos" com o governador do estado de São Paulo, José Serra. Outra vem tingida de uma reflexão classista: o Brasil do povo não é o Brasil dos jornais e este Brasil dos jornais faz o "jogo" das elites que abominam o "provincianismo" de Lula.
Só que muito provavelmente a questão não pode ser resumida a uma simples luta de classes entre o povo e as elites. A palavra é: corrupção.
Apesar do indiscutível progresso desta década, a maior objecção aos anos de Lula prende-se evidentemente com a corrupção. Com uma corrupção partidária e de Estado. Lula pouco fez contra ela e, por exemplo, no caso do mensalão, certamente não quis ver aquilo que todos viram.
No Brasil sempre existiu corrupção e promiscuidade com o Estado e dinheiros públicos que miseramente pagavam serviços políticos. Se nos países que têm este género de ilegalidade, a imprensa acaba por ser facilmente abafada e manietada, no Brasil deu-se precisamente o contrário. A cultura de liberdade e provocação do jornalismo brasileiro foi sempre extraordinária. A verdade é que, apesar da corrupção, o Brasil sempre criou o jornalismo mais livre e robusto da América Latina, porque jornais como a Folha ou o Estadão nasceram do investimento de famílias tradicionais ligadas à imprensa, crescendo e sobrevivendo para além do poder político. No Brasil é ainda a família Frias Filho que manda na Folha, tal como os Mesquita no Estadão.
Ao contrário do que sucede quando os jornais ficam nas mãos de grupos económicos que não nasceram como verdadeiros grupos de comunicação social e não têm por isso a cultura própria um grupo de comunicação - acima de tudo a independência em relação ao poder -, foram famílias particulares que contribuíram para tornar o jornalismo brasileiro mais livre do poder. Isso permitiu, nos últimos anos, a denúncia de casos sucessivos de corrupção e escândalos públicos. Os jornais brasileiros têm interesses? Não duvido que tenham. Mas, antes de tudo, são verdadeiros jornais e ninguém poderia esperar que fossem coniventes com a passividade de Lula em suster aqueles escândalos. Nestes anos de socratismo, este tema também nos interessa. Jurista
Só que muito provavelmente a questão não pode ser resumida a uma simples luta de classes entre o povo e as elites. A palavra é: corrupção.
Apesar do indiscutível progresso desta década, a maior objecção aos anos de Lula prende-se evidentemente com a corrupção. Com uma corrupção partidária e de Estado. Lula pouco fez contra ela e, por exemplo, no caso do mensalão, certamente não quis ver aquilo que todos viram.
No Brasil sempre existiu corrupção e promiscuidade com o Estado e dinheiros públicos que miseramente pagavam serviços políticos. Se nos países que têm este género de ilegalidade, a imprensa acaba por ser facilmente abafada e manietada, no Brasil deu-se precisamente o contrário. A cultura de liberdade e provocação do jornalismo brasileiro foi sempre extraordinária. A verdade é que, apesar da corrupção, o Brasil sempre criou o jornalismo mais livre e robusto da América Latina, porque jornais como a Folha ou o Estadão nasceram do investimento de famílias tradicionais ligadas à imprensa, crescendo e sobrevivendo para além do poder político. No Brasil é ainda a família Frias Filho que manda na Folha, tal como os Mesquita no Estadão.
Ao contrário do que sucede quando os jornais ficam nas mãos de grupos económicos que não nasceram como verdadeiros grupos de comunicação social e não têm por isso a cultura própria um grupo de comunicação - acima de tudo a independência em relação ao poder -, foram famílias particulares que contribuíram para tornar o jornalismo brasileiro mais livre do poder. Isso permitiu, nos últimos anos, a denúncia de casos sucessivos de corrupção e escândalos públicos. Os jornais brasileiros têm interesses? Não duvido que tenham. Mas, antes de tudo, são verdadeiros jornais e ninguém poderia esperar que fossem coniventes com a passividade de Lula em suster aqueles escândalos. Nestes anos de socratismo, este tema também nos interessa. Jurista
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