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M. Eugénia Prata Pinheiro

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Autogrelhamento - 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7

Nome do avaliado - Setora

Categoria - Titular do seu nariz

Departamento curricular - Língua portuguesa (é apenas um departamento curricular e não a minha pátria e, com as confusões lançadas com decretos e contradecretos, já nem sei qual é o meu departamento)




1. Como avalia o cumprimento do serviço lectivo e dos seus objectivos individuais estabelecidos neste âmbito?

Avalio com um excelente.
Cá vou vindo todos os dias, com a pasta recheada de manuais, livros, dicionários, prontuários,gramáticas, fichas, cadernos, lápis e canetas e pen e caneta felpuda para o quadro novo. Trago a lancheira, uns maços de tabaco e, às vezes, o PC portatel. E trago sempre a cabeça entre as orelhas, uns oculitos para ver perto (que longe vejo sem ajuda), mãos, braços, pernas e tudo o mais que me faz falta neste domínio.
Excelente.

2. Como avalia o seu trabalho no âmbito da preparação e organização das actividades lectivas? Identifique sumariamente os recursos e instrumentos utilizados e os respectivos objectivos.

Avalio com um excelente.
Utilizo todos os recursos supracitados com grande mestria. Naturalmente que os manuais, os livros, os dicionários, os prontuários são para ir ao "baile das palavras", gramáticas, fichas, para ir corrigindo os passos, o recheio da cabeça traça a coreografia, as mãos, os braços e as pernas ajudam às poses, os ouvidos ouvem, os olhos vêem, o nariz procura oxigénio no ar saturado, na boca a língua, bem solta, manda o baile e, chegada a hora de repor energias, saboreia o conteúdo da lancheira e ajuda a manter os níveis da nicotina.

3. Como avalia a concretização das actividades lectivas e o cumprimento dos objectivos de aprendizagem dos seus alunos? Identifique as principais dificuldades e as estratégias que usou para as superar.

As actividades lectivas concretizam-se de modo excelente. Entramos e saímos vivos, apesar da falta de espaço, da falta de ar circulante, do amianto em cima das cabeças. E segue o baile.
Dos objectivos de aprendizagem dos meus alunos, pois eles que falem (eh, eh, é tão traiçoeira a língua portuguesa!). Dificuldades - tive que pôr os pés à parede e pedir socorro ao PGR e lá se conseguiram quadros novos. Às vezes doem-me as "cruzes" que me custa carregar com a tralha toda supracitada mas os tróleis e os alunos vão ajudando.

4. Como avalia a relação pedagógica que estabeleceu com os seus alunos e o conhecimento que tem de cada um deles?

Apesar de me terem trocado as voltas, de me terem tirado alunos de continuidade e de me terem dado trinta e três novos, para lá dos que já tinha, conhecemo-nos excelentemente. Chamam-me setora Eugénia, avó ou tia e bruxa, quando assumo esse papel. E riem-se, muito mais do que choram, à minha beira. E estou certa de que aprendem comigo - ainda há dias, quando passeava pelo subúrbio a fumar os meus cigarros de fim de almoço, uma aluna de onze anos correu para o meu lado e puxou ela também de um cigarro (falso, é verdade) para me acompanhar no gesto. Até esta aprendizagem definida pela ASAE é integralmente cumprida.

5. Como avalia o apoio que prestou à aprendizagem dos seus alunos?

Excelente, claro. E vou tendo sempre clientes nas aulas de reforço, salas de estudo... até nos pátios a avaliar os galhos das árvores que podem aguentar que se trepe, ou na rua a verificar da fragilidade das paragens de autocarro que não aguentam maus tratos...

6. Como avalia o trabalho que realizou no âmbito da avaliação das aprendizagens dos alunos? Identifique sumariamente os instrumentos que utilizou para essa avaliação e os respectivos objectivos.

Excelente. Estou sempre de olho neles e de ouvido alerta, memória de elefante e caderno mágico para anotações.
Consegui preencher todas as grelhas, produzir relatórios disto e daquilo, fazer ditados para as actas...
E, mais difícil ainda, consegui distribui-los por níveis dois, três, quatro e cinco...bruxaria mesmo, prática esotérica.


7. Identifique a evolução dos resultados escolares dos seus alunos. Avalie o seu contributo para a sua melhoria e o cumprimento dos objectivos individuais estabelecidos neste âmbito.

Este ponto preencherei apenas no final do ano mas, atendendo a que a minha escola fica no final dos rankings, posso ir dizendo com alguma alegria que já todos conseguem ler, a maioria já não troca quando escreve f/v, g/gu, c/qu, m/b, ai/ei, lh/nh... falam, alguns até na língua dos pês, escrevem frases completas e reconhecem pontuações/entoações, afirmam e também negam com nunca, nem, sem... Enfim, depois se verá.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Eu avalio o teu post com excelente.
Mas acho que no ministério não vais ter grande nota...
E esta auto-avaliação serve concretamente para quê????
É mesmo só para gastar papel e tempo, não é????

Zé Fernando

2:49 da tarde  
Blogger Setora said...

Como vês, tenho que tentar que também sirva para me divertir.

E eu estou raladíssima com a avaliação do ministério.

Tu gostaste e és um bom júri.
Ainda bem.

Vai voltando porque a grelha tem muitos mais pontos que ainda não tive tempo de preencher.
Abraço

12:45 da manhã  
Blogger JOSÉ LUIZ FERREIRA said...

Excelente, mas com penalização porque esse trabalho todo excede as 35 horas semanais previstas na lei.

4:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro José Luiz Sarmento

Para onde vão as 35 horas com este plantão de inutilidade a que somos obrigados.
Penalizados estamos, se estamos!
E quem quer saber da lei?
Cá vamos andando com a cabeça entre as orelhas e os putos à volta. É o que vale.

6:15 da tarde  

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