Primeiro-ministro dixit
Não pego nos outros assuntos mas apenas na avaliação dos professores.
Ele sabe e nós também sabemos para o que quer esta avaliação. Quer sobretudo atrasar as passagens na carreira. Para ir pagando pouco. Quer também efeitos estatísticos - aparentes reduções de abandono, aparentes êxitos nas aprendizagens, aparentes formações profissionais. Todas as medidas que vêm sendo tomadas são reveladoras.
Mas ilude, a ilusão (não posso dizer mentira - ai, ai, processo disciplinar) está na ordem do dia da governação.
Diz que quer premiar méritos e corresponder à vontade dos pais que exigem que a avaliação dos professores seja feita.
Esta avaliação não desencanta méritos. Estão lá as quotas , estão os atabalhoados "instrumentos" de medida, estão os designados avaliadores ad-hoc, está o fantasmagórico conselho científico a avisar disto mesmo. Aliás o senhor primeiro-ministro não consegue manter a pose e vai dizendo que a avaliação não precisa de ser perfeita. Reconhece implicitamente que é faz de conta e sabe do que fala. E não é ele engenheiro? E não é ele o autor daquelas lindas construções que nos foram ultimamente apresentadas? Ele explicou que a avaliação é imperfeita mas alguns (poucos) chegarão ao topo da carreira, pode algum chegar até a primeiro-ministro.
Os pais querem a avaliação individual dos professores, disse ele. Os pais querem é que os filhos aprendam o mundo, tenham prazer em estudar e querem que os professores contribuam para isso. Claro que quererão um melhor funcionamento das escolas mas para isso esta avaliação em nada contribui. Pelo contrário. Anula a possibilidade de trabalho colectivo que permitiria alterações positivas.
Face a isto intriga-me ouvir alguns professores apregoarem que querem a sua avaliação. Querem melhorar os "instrumentos", dilatar prazos, mas querem ser individualmente avaliados. Também eles estarão espalhando ilusões. Esqueceram depressa a iniquidade do recente concurso para professor titular!
Suponho que qualquer deles quer, e muito justamente, progredir na sua carreira. Para isso o melhor instrumento de medida, o mais fiável e menos injusto ainda é o tempo de serviço efectivamente prestado aos alunos.
Qualquer deles quererá as melhores condições para realizar o seu trabalho. Esta avaliação individual não lhes resolve isso. Por muito mérito que lhes venha a ser reconhecido (atenção às quotas) o seu trabalho no colectivo não terá desenvolvimento. Pelo contrário. Os meandros que estas notações geram são obstáculo a qualquer progresso.
Neste jogo de enganos não serão apenas os professores os triturados. Serão também os alunos, as suas famílias, a sociedade.
Ele sabe e nós também sabemos para o que quer esta avaliação. Quer sobretudo atrasar as passagens na carreira. Para ir pagando pouco. Quer também efeitos estatísticos - aparentes reduções de abandono, aparentes êxitos nas aprendizagens, aparentes formações profissionais. Todas as medidas que vêm sendo tomadas são reveladoras.
Mas ilude, a ilusão (não posso dizer mentira - ai, ai, processo disciplinar) está na ordem do dia da governação.
Diz que quer premiar méritos e corresponder à vontade dos pais que exigem que a avaliação dos professores seja feita.
Esta avaliação não desencanta méritos. Estão lá as quotas , estão os atabalhoados "instrumentos" de medida, estão os designados avaliadores ad-hoc, está o fantasmagórico conselho científico a avisar disto mesmo. Aliás o senhor primeiro-ministro não consegue manter a pose e vai dizendo que a avaliação não precisa de ser perfeita. Reconhece implicitamente que é faz de conta e sabe do que fala. E não é ele engenheiro? E não é ele o autor daquelas lindas construções que nos foram ultimamente apresentadas? Ele explicou que a avaliação é imperfeita mas alguns (poucos) chegarão ao topo da carreira, pode algum chegar até a primeiro-ministro.
Os pais querem a avaliação individual dos professores, disse ele. Os pais querem é que os filhos aprendam o mundo, tenham prazer em estudar e querem que os professores contribuam para isso. Claro que quererão um melhor funcionamento das escolas mas para isso esta avaliação em nada contribui. Pelo contrário. Anula a possibilidade de trabalho colectivo que permitiria alterações positivas.
Face a isto intriga-me ouvir alguns professores apregoarem que querem a sua avaliação. Querem melhorar os "instrumentos", dilatar prazos, mas querem ser individualmente avaliados. Também eles estarão espalhando ilusões. Esqueceram depressa a iniquidade do recente concurso para professor titular!
Suponho que qualquer deles quer, e muito justamente, progredir na sua carreira. Para isso o melhor instrumento de medida, o mais fiável e menos injusto ainda é o tempo de serviço efectivamente prestado aos alunos.
Qualquer deles quererá as melhores condições para realizar o seu trabalho. Esta avaliação individual não lhes resolve isso. Por muito mérito que lhes venha a ser reconhecido (atenção às quotas) o seu trabalho no colectivo não terá desenvolvimento. Pelo contrário. Os meandros que estas notações geram são obstáculo a qualquer progresso.
Neste jogo de enganos não serão apenas os professores os triturados. Serão também os alunos, as suas famílias, a sociedade.
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