Provas de aferição 2008 – o processo
Como disse num texto lá para trás, estive arredada destas andanças até este ano. Estar no 10º escalão era inibidor. Este ano fui recrutada para a tarefa de supervisora das provas de Língua Portuguesa do 6º ano. Fiquei surpreendida com a máquina montada.
O processo começou pela formação. Um grupo de formandos demasiado numeroso, uma formadora eficaz. Trabalho intenso e interessante.
Naturalmente que sentira já na pele a dificuldade de construção de itens e critérios de classificação e de há muito percebera as limitações da objectividade nesta actividade de correção de provas de português. Mas com todo aquele trabalho prático desenvolvido em grupo e em par aprendi. Agora muito obrigada mas estou a três ou quatro anos do "fim" e passar alguma coisa do que aprendi, dado o inquinamento gerado nas circunstâncias..., não é muito previsível. Se insistirem no processo, há que recrutar os mais jovens.
Realizada a prova, novo ajuntamento de supervisores e formadora para análise e aferição de critérios e, no dia seguinte, reunião de trabalho com os classificadores que devia coordenar na tarefa. Em escola alheia, a chamada unidade de aferição.
Excelente o trabalho dos professores encarregados desta unidade. Tudo absolutamente organizado, nenhuma falha, disponibilidade completa. Pela certa, muitas, muitas horas de jornada.
Seguiu sem dificuldades a reunião com os classificadores. Embora alguns estivessem intrigados com os critérios que ali os haviam conduzido - só do "além" lhes pode vir esclarecimento -, embora ressaltasse o incómodo gerado por todo aquele trabalho extra sem qualquer compensação, partiram com ânimo e com as molhadas de provas.
Algumas (poucas) dúvidas resolvidas por mail ou telefone e nova reunião de trabalho. Havia que trocar provas, classificar, aferir, acertar critérios. Pois não é que estavam absolutamente dedicados à tarefa! Qual uma, qual duas! Acho que alguns itens foram reanalisados nas quase sessenta provas de cada um. Quando brinquei com eles apreciando aquele gosto e dedicação, admitiram estar a retirar ensinamentos e que isso lhes agradava mas que me livrasse de registar tal na acta. Que ficassem na acta os amargos de boca desta sobrecarga. Cumpri. E saí incólume desta função de mensageiro.
No prazo fixado, mais uma vez com trabalho exemplar dos professores encarregados da unidade de aferição que tudo simplificaram, foram as provas entregues.
Também excelentes estes classificadores e lamento que o contacto com eles tenha sido tão breve. Eram gente interessante.
As dúvidas que, por mail, coloquei ao GAVE tiveram resposta imediata. A máquina para esta prova estava bem oleada.
Concluindo: As provas de exame do secundário, em que estive envolvida quando comecei a trabalhar, destinavam-se a um universo bem mais estreito. E, que me lembre, ninguém me deu formação para “examinadora”. Talvez por isso, na época, para nos aproximarmos da tal inatingível objectividade, obrigávamo-nos a trabalho conjunto na própria escola. Recordo-me da preparação divertida que fazíamos entre pares para os exames orais – havia que tornar menos pesada a circunstância. Já lá vão mais de trinta anos e neste entretempo, dedicada agora ao 2º ciclo, até as provas globais na escola foram sendo engavetadas. Estão a ressuscitar, amém, amém ou talvez vade retro, logo se verá. Aqui há tempos danei-me. Quando nas escolas começaram a ser feitos os "exames" para testar o desempenho dos imigrantes que queriam requerer a nacionalidade, estando dois professores envolvidos na tarefa de classificação das provas, entendeu o coordenador da actividade não ser necessária a aferição de critérios. Os resultados na escola ficaram longe, longe da média nacional. Como me danei, e dano-me sempre por escrito, fui "libertada" da tarefa. Mas passou a fazer-se concertação - dei por bem empregue a fúria e o tempo e energia gastos na reclamação.
Voltando à máquina aferidora, não tinha a noção da enormidade desta tarefa, da quantidade de professores envolvidos, muitos muito sobrecarregados, para pôr de pé estas provas. E o ME terá? E os conselhos executivos saberão?
4 Comments:
nao seija burra como sempre e o que eu lhe digo sua defeciente do caralho {+.+}
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merda eu keria as provas de afr~ção nao era merda para ler
Em Abril de 2009 você resolve cumentar. Aqui nada é de leitura obrigatória. Mas se está fixado neste blogue vá estudar um dicionário de calão e traga ao menos coisas novas.
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