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M. Eugénia Prata Pinheiro

quinta-feira, outubro 16, 2008

Reunião, reunião, reunião

Hoje assisti a tudo. Do princípio ao fim com uma pausa para fumar um cigarro que sempre desenjoa.

Não sei se lhe chame hilariante se trágico.

Logo para entrada são distribuídos uns papelitos de base absolutamente viciada, que deram a alguém uma trabalheira, alguém que possivelmente não deu as suas aulas por ter de fazer este "servicinho oficial". Aparecem como compilação, disciplina a disciplina, aluno a aluno, das últimas avaliações dos alunos no ano anterior, para que sirvam de base ao projeto de melhoria para este ano. Mas, bem analisados, descobre-se que, dos alunos que estão a repetir, não se foi buscar a última avaliação. Era fraca, não convinha. O mesmo com os alunos estrangeiros.

Há dúvidas e mais dúvidas sobre o processo. Informações frescas. Tiram as dúvidas? Não. Baralham e tornam a dar.

O conteúdo dos portafolhas merece díspar informação - deve ter isto, deve ter isto mais isto, deve ter isto mais isto e mais aquilo... e mais isto e mais aquilo e gráficos, os gráficos valorizam qualquer portafolhas!

Bem, bem, eu lá ia perguntando de vez em quando mas querem mesmo ser avaliados? em jeito de velho Catão - delenda est Carthago; e quase unanimemente respondiam-me não. Que estávamos então a fazer ali?

Não está publicado o Projeto Educativo do Agrupamento, o Regulamento Interno espera oficialização, não há delegação de competência para avaliador em DR... mas, lá vamos indo.

No final distribuem-se umas grelhas com notações. Para rir. Só me ri agora à noite quando olhei para elas. Gostei sobretudo destes dizeres não existem evidências de que tenha adequado... ah, ah, ah, ah, ih, ih, ih, ih.

Depois a listinha da distribuição dos avaliados. Que honra! Sou muito velha, estava à cabeça na lista do avaliador com competência delegada e não publicada. Mas não existem evidências de que aquelas senhoras avaliadoras possam avaliar-me. Corre contra mim um processo disciplinar posto pelo Conselho Pedagógico de que aquelas senhoras à época faziam parte - já lá vai mais de um ano e vai andando de seca para meca sem solução -, Conselho Pedagógico presidido pela presidente do Conselho Executivo. Também não existe evidência de que esta senhora possa avaliar-me. Por agora também não existem evidências de que sejam mesmo obscenidades as palavras impunidade, vassalagem, mercenarismo que, escritas num documento que dirigi àquele órgão e retiradas do contexto, desencadearam o processo.

Também não existem evidências de que seja adequado aturarmos tudo isto.

Com esta carência de evidências o melhor é ir dormir que amanhã tenho aulas. E espero que os meus alunos possam dizer que aprendem nelas.