Em tempo de bruxas
Republico este texto que aqui escrevi. Foi em fevereiro, foi.
Sexta-feira, Fevereiro 01, 2008
Valha-me São Gilles de la Tourette
Tive que arranjar novo santo protector antes que se me desencabreste a língua! E eu sou do Porto, carago, carago não, que eu não digo carago. São Tourette me ajude!
É preciso reduzir drasticamente os gastos com a educação, deve ter dito o sr. primeiro-ministro. Educação, saúde... é cortar a eito. Bens inúteis, nos dias que correm. Aeroporto e TGV é o que está a dar para alavancar a economia. Igualmente inúteis mas alavancam...
Enquanto os pais trabalham ou passam as horas nos centros de (des)emprego ou a cursar novas oportunidades, é preciso guardar os catraios por aí, nem que seja em capelas mortuárias. Toca a aprender para morto. Fica mais barato que manter escolas abertas. Fechem-se escolas, escolas.
E entre capelas mortuárias e escolas de concentração a tarefa seguinte é a de reduzir os professores em número e à sua insignificância.
E continuando com o que terão sido as doutas instruções do sr. primeiro-ministro - primeiro ocupe-os com tarefas inúteis, atafulhe-os de papeis, desoriente-os e divida-os com titularidades. Depois afinfe-lhes com uma avaliação, assim um processo faz de conta que ninguém, nem mesmo a senhora ministra, precisa de entender. É só para entreter e empancar. E enquanto arranca com o processo atire-lhes p'ra cima com um modelo novo de gestão para as escolas, um director, pais, forças vivas das autarquias, o meu gato e, vá lá, o Bobi e o Tareco. O plano é perfeito - vai ver uns professores aterrados a correr a pedir a reforma antecipada com uns cortes valentes, outros sem norte fixados nas grelhas, nos instrumentos, nas medidas, nas escalas, completamente perdidos a chorar pelas mães e a correr p'ró psiquiatra. Sobrarão uns quantos a leste, isto é, bem orientados, ufanos a segurar a cauda do rei que vai nu.
E, sobretudo, não os deixe fumar! Morrerão de reunião, confusão, indigestão de instrução, sobreocupação, grelhação, quotação, mas de cancro no pulmão, não!
Estas as palavras do senhor a que a santa da ministra vem dando cumprimento.
Valha-me São Gilles de la Tourette.
É preciso reduzir drasticamente os gastos com a educação, deve ter dito o sr. primeiro-ministro. Educação, saúde... é cortar a eito. Bens inúteis, nos dias que correm. Aeroporto e TGV é o que está a dar para alavancar a economia. Igualmente inúteis mas alavancam...
Enquanto os pais trabalham ou passam as horas nos centros de (des)emprego ou a cursar novas oportunidades, é preciso guardar os catraios por aí, nem que seja em capelas mortuárias. Toca a aprender para morto. Fica mais barato que manter escolas abertas. Fechem-se escolas, escolas.
E entre capelas mortuárias e escolas de concentração a tarefa seguinte é a de reduzir os professores em número e à sua insignificância.
E continuando com o que terão sido as doutas instruções do sr. primeiro-ministro - primeiro ocupe-os com tarefas inúteis, atafulhe-os de papeis, desoriente-os e divida-os com titularidades. Depois afinfe-lhes com uma avaliação, assim um processo faz de conta que ninguém, nem mesmo a senhora ministra, precisa de entender. É só para entreter e empancar. E enquanto arranca com o processo atire-lhes p'ra cima com um modelo novo de gestão para as escolas, um director, pais, forças vivas das autarquias, o meu gato e, vá lá, o Bobi e o Tareco. O plano é perfeito - vai ver uns professores aterrados a correr a pedir a reforma antecipada com uns cortes valentes, outros sem norte fixados nas grelhas, nos instrumentos, nas medidas, nas escalas, completamente perdidos a chorar pelas mães e a correr p'ró psiquiatra. Sobrarão uns quantos a leste, isto é, bem orientados, ufanos a segurar a cauda do rei que vai nu.
E, sobretudo, não os deixe fumar! Morrerão de reunião, confusão, indigestão de instrução, sobreocupação, grelhação, quotação, mas de cancro no pulmão, não!
Estas as palavras do senhor a que a santa da ministra vem dando cumprimento.
Valha-me São Gilles de la Tourette.
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