quinta-feira, novembro 27, 2008
10 Comments:
- said...
-
Não percebi as vantagens: quotas, critérios de avaliação pouco transparentes! Qual é mesmo a diferença?
- said...
-
Isabel, vamos ser claros nas questões que colocámos: há alguma proposta que considere diferente, ou tudo se reume ao voltar ao bem-bom?
Unidos na discórdia, impossível a concórdia? Claro, o que interessa é impedir a mudança, não participar nela. Ou estou enganado? - said...
-
A Isabel tem razão porque também este processo é inquinado. Mas critérios transparentes não vejo que possam encontrar-se nunca nesta nossa profissão.A vantagem que lhe vejo é deixar as pessoas centrarem-se no que estão a fazer com os seus alunos.
Eu continuo a não perceber por que se quer que os professores paguem a conta do desastre, como bem diz o VPV,e que para isso se inventem todos estes malabarismos para impedir progressões normais numa profissão que será cada vez mais exigente. Este malabarismo que o "contradito" propõe põe pelo menos de lado as grelhas trapaceiras e contabilidades absurdas. As alternativas que tenho visto nesta "ânsia de avaliação" que muitos exibem têm-me parecido asfixiantes. - said...
-
Tem outras vantagens: reduz os escalões para 8 e define para a carreira 36 anos de serviço. Acaba com os titulares e com os Excelentes, Muito Bons, Bons, Regulares, Irregulares...Acaba com os avaliadores encartados.
Não tenho dados que me permitam perceber que percentagem de professores por escola mudava por ano de escalão. Sem esses dados é difícil interpretar aquelas percentagens propostas.
Acho que a proposta está ainda sem reboco. Os chamados na proposta "itens de avaliação" aparecem como sugestões. Se "o contradito" não os tivesse colocado, eu iria imaginar que a lista seria proposta pelo "director" que iria fazê-la o mais consensual possível para não pôr a escola de pantanas. - said...
-
Sobre a "proposta" do ocontradito,
1) Não inventou a pólvora. Essa "seriação" já foi inventada na «US Air Force» e esteve em vigor durante uns anos. Década 50 Século XX.
2) A seriação é um sistema de avaliação ("Ranking System").
3) Confunde conceitos como desempenho, produtividade e eficiência.
4) Desconhece realidades que tornam a sua teoria impraticável.
5) Os seus argumentos são maioritariamente retóricos (por exemplo,"escolher os melhores") e sujeitos a intrepretação dúbia.
Encontrará muita informação sobre desempenho e avaliação do desempenho em http://contributos.blogspot.com/
Há um sistema interessante no Canadá (Província de Ontário). Veja dados em http://contributos.blogspot.com/2008/11/o-provincianismo-canadaniano-na-avaliao.html - Setora said...
-
O que me parece é que não é o desempenho dos professores que está em causa. É mesmo só a poupança de erário. Podiam assumir isto com clareza e era mais fácil encontrar "soluções" que não perturbassem a vida das escolas.
- A. Moura Pinto said...
-
Como vê, ainda que sejam pouco os comentários, a coisa não é fácil. E sabemos as razões.
E o que dá a conhecer até poderia ter pernas para andar. Mas é fatal como o destino: qq modelo terá os seus defensores e os seus detractores.
Mas quanto ao economicismo, que tem sido adiantado como fim último: que mal haverá em procurar-se fazer mais com menos ou com o mesmo? Porque não aceitar que com o mesmo (ou menos) se pode pagar melhor aso bons e menos a quem o não seja, dispensando mesmo o encargo daqueles que não servem para a actividade? Porque haverá dispensáveis aqui, como em qq outra profissão. Pena é o discurso, que por vezes vinga, e segundo o qual todos fazem o mesmo (ensinar) e com a mesma qualidade de desempenho (todos excelentes ou bons).
Mas gostei de vir até aqui, eu que não sou professor. - said...
-
Moura Pinto,
Fez-me descobrir o seu blog e lá andei a lê-lo. Notei enfeudamento e isso limita a possibilidade de discutir o assunto escolas consigo. E eu ando por lá, pela escola. A "minha" escola será semelhante a muitas outras e o que vou vendo na "minha" não me deixa ilusões. Você está fora e tem ilusões. Paciência.
Deixo-lhe votos para 2009 - saúde, energia, boa disposição e liberdade para análise do que vai acontecendo.
30 de dezembro - A. Moura Pinto said...
-
Mais que ilusões, procura ter opinião, uma ideia que seja. E, quando falamos de tudo e tal nos é permitido, não se exija que para falar do ensino, das escolas, se tenha que ser professor. Que se tenha que estar lá dentro. As escolas têm telhados de vidro, no sentido de não serem locais tão distantes como se queira pensar. Podemos percebê-las pelos resultados e, no meio desta contenda, tb pelos seus professores.
Conheci escolas, da primária à superior. Verdade que noutro tempo. Mas a passagem do tempo reflecte-se em tudo e não apenas numa vertente. Por mim, os professores reivindicam hoje o que era próprio de outras épocas. E não pretendo com isso dizer que não devam ter o seu específico estatuto. Mas repare: tem por aqui dois blogs de professores bem conhecidos e falo apenas de dois por onde, por vezes, passo. E donde tenho retirado coisas que comento ou denuncio. E que se vê por lá? Os professores no seu pior, olhando textos e comentários. Perante isto, como reagir?
Não levo a mal que me tenha por enfeudado. Na barafunda tomei posição. Águas mornas nada resolvem. E repare: quanto ao modelo de avaliação, há um de um lado, com todos os defeitos que se lhe queiram apontar. E qual a alternativa que tinha no site da Fenprof? Só que, depois, o que veio a apresentar, ainda era pior ou, se quiser, não era modelo de avaliação nenhum. E, no entanto, todos dizem que não são contra a avaliação, que querem mesmo ser avaliados. Mas de que avaliação falam?
Finalmente: haverá muitas excepções. Conheço colegas seus para o poder afirmar e que não concordam comigo em muita coisa sobre esta matéria. Mas a quem, quando se insiste no que está, porque todos são bons e fazem a mesma coisa, pergunto: para os teus filhos qualquer colega te serve como professor? Se puderes escolher não escolhes? Saberá certamente qual a resposta. - said...
-
Não me interprete mal. Acho bem que todos se pronunciem. Digo apenas que, estando fora, não sabe da missa a metade pelo que a análise é, em muitos domínios, forçosamente defeituosa.
Os meus filhos, tal como eu, frequentaram sempre as escolas públicas e, tal como eu, tiveram professores variados, uns melhores, outros piores. Não é a avaliação que vai tornar melhores os professores. Nem há medida para esta arte.
Suspeito que todos sabem isto muito bem e querem apenas arranjar uns modos de "classificar", de pôr uns travões na engrenagem, para ir poupando uns tostões já que a manta encolheu e não dá para tudo. Discutir as coisas nesta base seria mais honesto e não traria tanto mal estar às escolas.
Para quê a avaliação?
Será esta importante e essencial?
Todos dizem que sim, com vista à criação de condições para premiar os melhores professores e, assim, motiva-los a eles (os melhores) e aos outros objectivando um melhor trabalho com efeitos no sistema e na sua produtividade (mais e melhor educação).
É preciso clarificar que não ser premiado (promovido) não é ser castigado (despromovido). Apesar de essa ideia ser um dado adquirido e transversal na corporação docente.
Sem dúvida que é necessário separar o trigo do joio e, se possível, a prazo, transformar (algum) joio em trigo. Claro que os sindicatos não gostam disto. Porque ao fazer a separação, para além de se distinguir os bons, se vão revelar os medíocres…
A verdade é que vão todos dizendo que querem ser avaliados. Mas, simultaneamente, vão recusando todos os modelos. E não apontam para nenhum que seja aceitável. E dizem aquilo com a maior das convicções, tal como afirmam que, antes, já eram avaliados. Mesmo quando todos eram (muito bem) avaliados sendo a promoção generalizada.
Sem dizer, mas a dar a entender, o Governo tem também em consideração as questões economicistas. Progressões a todos sem distinção (como antes) obrigavam a remunerações de docentes absolutamente inauditas (em função do PIB nacional) no conjunto dos países desenvolvidos.
Assim, precisamos de algo (um instrumento) que ordene os professores a fim de poder premiar (com progressão na carreira) os melhores professores. Nesse processo, os piores não são castigados (não regredirão) mas não serão premiados.
Assim o prémio dos (melhores) docentes será a progressão na carreira.
Com os melhores premiados e os docentes razoáveis a trabalhar para lá chegar, teremos, nas Escolas um ambiente propício para a melhoria.
Será que, para isto, é necessária uma AVALIAÇÃO? Saber se os professores são BONS, EXCELENTES ou MUITO BONS?
A minha resposta é : NÂO.
A avaliação docente é difícil, complicada e, verifica-se, extremamente penalizadora para os avaliados e para os alunos (os professores estão distraídos com outras coisas que não o ensino). São papeis, reuniões, fiscalizações, aulas assistidas, mapas, orientações, relatórios, quadros, listas, reclamações, afixações, publicações, etc.
A avaliação é difícil, também, pelos factores próprios da actividade. A parte quantificável é curta. E grande parte do trabalho é feito muito “isoladamente” (em sala de aula). Não há um “superior” com quem se trabalha directamente.
Não haverá outra forma para valorizar os melhores e só a estes atribuir o prémio de progressão?
Sim. Há. E não é outro modelo de avaliação.
É a seriação.
PROPOSTA
Considerando uma carreira de 36 anos (mantendo-se ao longo dos anos a “transformação” de parte do tempo de trabalho (horário) de actividade lectiva noutro tipo de actividade e um objectivo de chegarem ao topo da carreira 1/3 dos docentes, seria fácil de montar o seguinte sistema (de 8 escalões):
(1)Todos os docentes, na entrada da carreira, estão no escalão 1.
(2)Todos os docentes promovidos num ano estarão 2 anos sem poderem repetir a progressão (mínimo 3 anos em cada escalão). Um professor que progrida de 3 em 3 anos chegará ao 8º escalão em 22 anos.
(3)Sobre-formações não aceleram progressões, os docentes mais formados terão que traduzir essa vantagem em qualidade de trabalho.
(4)Haverá progressão anual (de escalão) garantida para 10% dos professores de cada agrupamento/escola.
(5)Na mudança de agrupamento/escola, cada docente apenas poderá progredir depois de 2 anos de trabalho no novo estabelecimento.
(6)Aquela taxa (10%) é mínima e cada agrupamento/escola poderá ser bonificada em alguns pontos percentuais (até 20%, no máximo) por conta de subidas nas listas de escolas anuais referentes às provas aferidas e exames nacionais dos seus alunos. As descidas nesses rankings provocarão descidas da taxa anual anterior até ao mínimo de 10%. A manutenção mantém a taxa no valor do ano anterior.
(Poderá ou não haver listas separadas por níveis de ensino)
(O número de progressões será o resultado arredondado para o inteiro superior, havendo acertos de 3 em três anos em que o resultado – de um acerto - poderá ser o inteiro inferior)
(7)Caberá aos agrupamentos/escolas concretizar e chegar à lista anual ordenada dos seus docentes (em condições de progressão).
(8)Para além daquele prémio directo, serão promovidos todos os docentes que, em condições de promoção, que somem 6 anos alternados ou consecutivos em posições na primeira metade da lista anual ordenada naquele agrupamento/escola.
Lista de docentes ordenada. Como lá chegar?
Cada Escola determinará as suas formas. O ME apenas indicará alguns items, dos quais, um ou dois obrigatórios e com um número mínimo a considerar. As escolas poderão, assim, escolher aqueles que mais se adaptem à sua escola e, até, propor outros que o ME poderá validar e juntar à lista de opções.
Aquela lista deverá ser interna. E dela ser retirada a lista de docentes a promover. E anotados os que se situam na sua primeira metade. Sem qualquer necessidade de classificar ninguém.
ITEMs DE AVALIAÇÂO
Podem ser muitos. Uns melhores que outros. Todos com contras, mas também com prós. Os aqui indicados ou outros quaisquer.
1)Escolha por votação secreta por parte dos elementos do conselho pedagógico. Cada elemento do conselho escolheria os 3 docentes que considere mais merecedores da progressão. Os X docentes mais nomeados teriam 1 ponto.
2)Escolha por votação dentro do grupo pedagógico do docente. Idem.
3)Escolha por parte dos funcionários da escola. Idem.
4)Pelos pais, pelos alunos. Idem.
5)Os X professores com menor número de faltas (justificadas ou não) teriam 1 ponto. Nesta matéria há considerar o ponto de vista da produtividade (quantitativa).
Aqui não há que avaliar pela qualidade (resultados). Esse item liga-se à Escola e reflecte-se no aumento das vagas de promoção. Aqui há que escolher os melhores, do ponto de vista da comunidade educativa onde estão inseridos.
No início poderá dar-se o caso de haver grupos onde uns votam nos outros distorcendo os objectivos de escolher os melhores. Mas gradualmente se aperceberão que a Escola (e eles) no seu todo, perderão com isso. Pois menores resultados por parte da Escola origina a redução das quotas de progressão. E o sistema se ajustará por si só. Afinal, se a Escola não subir no ranking anual, as vagas de promoção serão mínimas.
Assim, pode mesmo não ser necessária a avaliação. Nem este nem outro modelo. Os seus objectivos atingem-se de uma forma muito mais simplificada.
Embora discorde de alguns pontos da introdução, a proposta que me deixaram na caixa de comentários parece-me ter pernas para andar.
Anula vícios do ECD, anula a maluqueira do modelo em curso, anula as "provas públicas" (processo caro e inútil).
Centra as coisas na escola e no trabalho que aí se vai desenvolvendo.
Pode, pelo menos em fase inicial de aplicação, ser desvirtuado - é verdade e o texto chama a atenção para isso.
Mas todas estas batalhas que se têm travado talvez permitam que rapidamente se instale um clima propício a que um sistema destes tenha êxito.