Avaliação - sofisticada ideologia
De António Guerreiro, no Expresso, um pequeno texto cheio de sabedoria:
Os professores contestam o modelo de avaliação; o ministro português das Finanças foi avaliado pelo "Financial Times" como o pior ministro europeu das Finanças; a universidade espanhola ficou em último lugar numa avaliação das universidades de 17 países desenvolvidos. Eis, num só dia desta semana, três notícias sobre avaliação. Escolas, ministros, funcionários públicos ou privados: todos estamos sujeitos a este regime generalizado de avaliação, compreensível à luz do que Deleuze designou como "sociedade de controle". A avaliação usa um aparelho sofisticado de medições, regras e tabelas para se munir de caução científica e denegar a sua dimensão ideológica. E, ao ser denegada, a ideologia emerge como sintoma violento. O linguista, filósofo e psicanalista francês Jean-Claude Milner escreveu sobre esta questão um livro interessante: "Voulez-vous Être Évalué?". Que diz ele? Que os avaliadores são os sofistas do nosso tempo; que a sofística da avaliação resolve sumariamente as questões dos critérios e da legitimidade dos avaliadores; e que o regime evita acima de tudo que se coloque a pergunta: quem avalia os avaliadores?
Os professores contestam o modelo de avaliação; o ministro português das Finanças foi avaliado pelo "Financial Times" como o pior ministro europeu das Finanças; a universidade espanhola ficou em último lugar numa avaliação das universidades de 17 países desenvolvidos. Eis, num só dia desta semana, três notícias sobre avaliação. Escolas, ministros, funcionários públicos ou privados: todos estamos sujeitos a este regime generalizado de avaliação, compreensível à luz do que Deleuze designou como "sociedade de controle". A avaliação usa um aparelho sofisticado de medições, regras e tabelas para se munir de caução científica e denegar a sua dimensão ideológica. E, ao ser denegada, a ideologia emerge como sintoma violento. O linguista, filósofo e psicanalista francês Jean-Claude Milner escreveu sobre esta questão um livro interessante: "Voulez-vous Être Évalué?". Que diz ele? Que os avaliadores são os sofistas do nosso tempo; que a sofística da avaliação resolve sumariamente as questões dos critérios e da legitimidade dos avaliadores; e que o regime evita acima de tudo que se coloque a pergunta: quem avalia os avaliadores?
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