Passo a escrever exactamente o que escrevi no fórum nacional dos Coordenadores TIC, para o caso de achar interessante para outros professores.

Cumprimentos,

João Filipe Oliveira
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Suponho, pelo tom geral que os colegas apreciaram a sessão. Eu não. E já que está na moda avaliar tudo, acho que me exprimo melhor dando as minhas notas:

A. DRELVT - 3 valores: aprecio que por uma vez haja a preocupação de prestar aos Coordenadores TIC alguma informação, para não terem de saber de matérias que lhes dizem respeito pela comunicação social. Conhecer o equipamento que nos vai trazer trabalho acrescido é importante. Não chego aos 5 valores, porque a informação afinal acabou por ser escassa. Não há datas, não há procedimentos definidos, ficamos a aguardar.

B. Microsoft - 3 valores: é de louvar o profissionalismo com que fizeram a apresentação, com prowerpoints de bom gosto, com apresentadores bem preparados e bons comunicadores. É pena que o conteúdo tenha sido por vezes tão genérico. Também é pena outro aspecto, de alguma maneira sinto que esperam que sejamos seus agentes comerciais junto do público alvo, mas como única contrapartida teremos um aumento do volume de trabalho e preocupações. Se quisermos preparar formações, testar materiais, etc. temos que pagar o Windows, o Office e etc.

C. Caixa Mágica - 2 valores: apesar do grande entusiasmo que me suscita a ideia de software livre, pareceu-me haver pouco profissionalismo na preparação das apresentações. Muita coisa foi deixada ao improviso, demasiadas “ocorrências” de questões técnicas que falhavam no momento, e uma mensagem que se desviou enormemente do tema central, que era a utilização dos equipamentos por alunos do 1.º ciclo. Configurações avançadas de sistema, painéis de controlo, palavras-passe de root, etc. monopolizaram o discurso e falharam o alvo.

D. JP Sá Coutro - 2 valores: em primeiro lugar, estiveram bem nas demonstrações sobre aplicações de segurança, de gestão das salas de aula e controlo parental. Mesmo nas respostas a perguntas ocasionalmente desenquadradas do tema, estiveram bem.

Não estiveram bem em tudo o que foi de parceria com a Intel, seja na organização das demonstrações, quando os grupos andavam a correr toda a escola e abrir portas de salas para encontrar a sessão certa e ninguém sabia dar a informação correcta. O meu grupo foi enviado para o 2.º piso, onde não havia nada, quando afinal a sessão decorria no 1.º piso…

Numa sessão deste tipo não faz sentido que o equipamento falhe. Quando era suposto ligar-se à Net, não havia sinal, quando era suposto demonstrar a ligação dos computadores dos alunos ao do professor, o ponto wireless não aguentava o número de ligações simultâneas.

Estiveram mal, sobretudo, no momento que me pareceu pior dos dois dias, que foi o sorteio, embora tenha parecido que foi uma iniciativa da Intel. Pelo menos estava dentro do espírito geral das intervenções da Intel…

E. Intel - 1 valor: de uma grande multinacional esperava profissionalismo e seriedade no tratamento do assunto e das pessoas que participaram. Achei deplorável a arrogância com que uma formadora ameaçou confiscar o portátil pessoal de um colega que se encontrava na sala a tomar notas, caso não estivesse “com atenção”.

Em primeiro lugar, foi um acto de desconfiança intolerável perante um profissional que se encontrava a cumprir a tarefa para que tinha sido convocado, em segundo lugar penso que ninguém lhe reconhecia autoridade para se arvorar em dona e senhora, e em terceiro a audiência não era composta por crianças para falar naquele tom.

Achei completamente desenquadrada a senhora professora que tentou dar uma aula para miúdos “so excited”, não me pareceu nem o tom nem o ritmo certos para a audiência. Talvez na América as sessões com adultos sejam naquele tom infantil, mas desconfio que não.

Achei um completo desperdício de tempo e uma criancice (mais uma) ter centenas de Coordenadores TIC uma manhã inteira a cantar canções de marinheiro (!!!!) improvisadas sobre o computador Magalhães. Certamente muitos Coordenadores TIC encontrariam nas suas escolas ocupação mais profícua para passar uma manhã inteira. Independentemente de saber se as pessoas se divertiram ou não (e certamente muitos se divertiram, ao contrário de mim), foi um completo desperdício de recursos. Para mim, se tinham como objectivo ligar-me emocionalmente ao objecto, actuou em sentido contrário, porque sempre que o tiver à frente me lembrarei das aulas que não dei nesse dia e que terei de repor como trabalho extra, porque fiquei numa sala a ouvir canções de marinheiro sobre um computador. Gosto de me divertir, mas francamente nunca me informaram de que pertencia ao mesmo agrupamento de escuteiros daquelas senhoras.

Pior ainda do que ser tratado genericamente como uma criança quando tinha tanto para fazer, foi o momento do sorteio de 4 computadores entre os participantes. Habituados como estamos ao discurso do prémio ao mérito, não houve momento mais revoltante do que ver a arbitrariedade e discricionaridade de atribuir por sorteio do chapéu mágico (!!!!) 4 computadores. Todos os outros trabalharemos por igual, mas alguns são tratados com privilégio. Seria sério se anunciassem uma data em que os computadores ficam disponíveis nas escolas para serem testados. Esta cena foi lamentável e desmotiva-me ainda mais.

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No final pediram-nos para darmos opinião, aqui fica a minha. Certamente insólita, porque se calhar fui dos poucos que saíram de lá com as expectativas altamente frustradas.