Seremos capazes de o compreender?
Dou-lhe de novo a palavra. Cá fica o seu texto à consideração de quem por aqui passa.
SEJAM LIVRES, PORRA!
29 09 2008Quando escrevi o artigo de opinião, que se encontra no final deste texto, acerca da Acção de Formação sobre o «Magalhães» que teve lugar nos dias 25 e 26 de Setembro, estava a léguas de imaginar a celeuma jornalística que iria causar. Que o meu blogue já é visitado por milhares de pessoas, isso eu sabia, mas nunca que este artigo fosse causar tanto apetite à comunicação social, como se de algo transcendental se tratasse. Se calhar nem notícia chega a ser, mas enfim…
Depois de, nas últimas horas ser autenticamente entupido de chamadas e solicitações de rádios, televisões e jornais e de a todos dizer que nada de noticioso me parece haver na crónica, a não ser uma simples opinião contra os conteúdos e metodologia de uma Acção de Formação, eis que quase todos os jornalistas questionam o comportamento dos meus colegas na dita sessão; contudo, tive o cuidado de deixar claro que nada tenho a opinar sobre isso e que cada um se deve responsabilizar pelos seus actos. Apenas achei ridículas aquelas actividades, devido à sua completa descontextualização relativamente ao que eu esperava da Acção. Frisei, até, que as senhoras americanas foram muito impressionadas com a capacidade criativa dos professores; agora, tudo isto numa «sessão de trabalho com a Intel»? Essa não!
Mas o que me choca no meio de tudo isto, e é por isso que escrevo este texto, é que todos os jornalistas com quem falei tentaram obter opiniões de muitos outros intervenientes na Acção e todos se recusaram a dar a cara ou uma simples opinião. Ora, parece-me, ou aliás, tenho a certeza, que as pessoas vivem hoje amedrontadas e parece que a Comunicação Social é algum papão para lhes desgraçar a vida.
Eu gostava que todas as pessoas se sentissem livres, num Estado livre e não se coibissem de dar uma simples opinião que seja. Cidadãos interventivos e activos é que constroem uma sociedade democrática e participada.
Entristece-me assistir a milhares e milhares de professores que vão gritando para dentro, chamando nomes feios a Governo e governantes, mas depois perante uma câmara ou um microfone, parece que algo os amedronta, como se dizer que discorda da Ministra, faça com que esta, no dia seguinte, os exonere!
A todos esses quero dizer que o Governo agradece tal atitude e enquanto ela se mantiver, farão de vós o que quiserem. Não adianta juntarem-se aos milhares na rua e depois manterem-se escondidos atrás de um anonimato cobarde.
Sejam livres, porra! Dêem, pelo menos, a vossa opinião civilizadamente! Um sociedade de cidadãos amedrontados de, sequer, opinar, não é uma democracia. No dia que eu sentir que não sou livre de dizer o que penso, embalo a trouxa e, qual Zeca Afonso, zarpo daqui para fora!
Paulo Carvalho
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