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M. Eugénia Prata Pinheiro

terça-feira, janeiro 26, 2010

O poder das escolas... e da net

A velha escola abriu caminho a este encontro.

Começando por lhe pedir que me perdoe o abuso do contacto, relato o que me levou a fazê-lo.
Há dias deparei-me com um site onde podíamos inscrever-nos para encontrar antigos alunos das escolas por onde havíamos passado. Na dificuldade de encontrar o nome da minha escola primária no dito site, fiz uma busca, digamos que "googalei" a escola primária da Ordem da Trindade, ou melhor, da Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade e acabei por encontrar o blogue que faz referência à nossa escola comum (Cemitérios e capelas mortuárias, janeiro de 2008).

Tentei averiguar a sua idade, coisa que não se pergunta a uma senhora, e não tendo conseguido presumi que teria um pouco mais que a minha própria idade que é 49 anos. Sendo eu um de entre 10 irmãos e desta feita irmãos mesmo para além se sermos irmãos da ordem religiosa, e tendo irmãos mais velhos e mais novos leva-me a pensar que terá sido companheira de algum deles. Não é do meu interesse promover encontros de antigos alunos, apenas vir agradecer-lhe por me ter trazido à memória algumas das coisas por que passei na nossa escola comum.

Creio que não estarei enganado se disser que houve professores que terão sido comuns, o caso do maestro que julgo ter sido o mesmo para ambos e que se chamava Afonso Valentim. Quanto à professora, talvez não tenha sido a mesma pois as meninas estavam separadas dos rapazes. No meu tempo eram a Dª Maria e a Dª Madalena para os rapazes e a Dª Armanda e Dª Fernanda para as meninas. Como era bom quando a professora faltava... Sendo coisa rara, era bom porque, para que a matéria fosse a mesma, íamos para a classe equivalente das meninas. Ainda me vejo a descer correndo aquelas escadas de pedra, ou a espreitar para as escadas de caracol que ligavam o corredor onde deixávamos os casacos ao andar de cima onde eram as salas das meninas. As aulas de canto coral... "Terra da virgem, invicta cidade, a caridade é a tua nobreza, bendita seja a ordem da trindade, bendita seja a terra portuguesa".

Sendo irmão pobre, tinha algumas dádivas da própria ordem, quer em material escolar, quer em outros géneros por altura do natal. E era nesta altura que me faziam sentir envergonhado pois faziam-nos desfilar perante a assistência da festa de natal para receber um embrulho de roupa enquanto outros recebiam louvores e prémios de desempenho. Nunca fui aluno brilhante, mas situei-me entre os melhores e nunca recebi esse prémio. Sinto no entanto que recebi um prémio maior, o de ter trazido uma formação sólida.

Ouço por vezes a alguns distintos (ou não) do nosso país, referirem as escolas e essencialmente os colégios por onde passaram como garantia de qualidade e apraz-me pensar que a nossa escola pode ter sido geradora de uma grande quantidade de bons elementos para a nossa sociedade.

Obrigado por me levar de volta a esse tempo.
Bem haja
-- J.Melo

Fiquei contente ao receber este mail e decidi publica-lo, com a devida autorização do seu autor.
Merece reflexão esta partilha das memórias boas e das memórias más. Sobretudo estas últimas que ainda têm tanto que ver com o que ainda hoje acontece pelas escolas...

Obrigada, digo eu.

4 Comments:

Blogger Inês said...

Olá!

Talvez se recorde de lhe ter perguntado, em tempos, se sabia o que tinha acontecido à escola da Trindade...

Tentei fazer uma (demasiado breve) pesquisa. Houve uma complicação com a mudança do provedor (que aconteceu por volta de 2003). O novo provedor provocou diversas alterações na escola, e o ano lectivo de 2003-2004 viria a ser o último em que esta funcionava.
Alguém tempo depois era criado, nesse espaço, um estabelecimento ligado à medicina.

Ainda assim, vou tentar descobrir mais coisas. Obrigada pela ajuda.

Já agora, reparei num pequeno excerto daquele que no meu tempo era chamado de hino da escola: "Terra da virgem, invicta cidade, a caridade é a tua nobreza, bendita seja a ordem da trindade, bendita seja a terra portuguesa". Pergunto-me se terá conhecimento dele completo. Através de algum conhecido ou blog...

Desde já, obrigada.
Inês

12:43 da manhã  
Blogger Inês said...

Olá mais uma vez!

Encontrei, no Facebook, um grupo de antigos alunos da escola da Trindade. Deixo aqui o link:

http://www.facebook.com/group.php?gid=367295778603

O hino que eu tanto procurei está numa das fotografias do grupo.

Inês

10:54 da tarde  
Anonymous setora said...

Obrigada pela informação, Inês.
Já vou lá ver.

6:11 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

D. Inês

Foi com muito carinho que consultei esta sua nota. Eu fui aluno na Escola da Trindade de 1957 a 1961. Fui aluno da terrível Professora D. Emilia kkkkkk. Muito sofri com a sua dura maneira de ensinar. Éra conhecido pelo nome de José Augusto e o meu irmão gémeo Mário. Nesse tempo também frequentava as colónias de férias no Verão em que se ia de comboio para Matosinhos. Gostaria de encontrar antigos alunos que ali estudaram nesta altura. Qualquer noticias poderá ser dado para o meu mail: jrferreira1950@gmail.com. Tudo de bom. Obrigada

5:19 da tarde  

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