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M. Eugénia Prata Pinheiro

quinta-feira, setembro 30, 2010

Avaliação de professores: de farsa a passatempo inútil

Já sabíamos que avaliação do desempenho dos professores imposta pelo génio reformista de Sócrates, mesmo que as suas decisões e práticas de (des)governação não sejam objecto de nenhuma avaliação e de nenhuma consequência, era e é uma farsa de cabo a rabo, com dimensões subjectivas e absurdas, com avaliadores destituídos de formação, competência acrescida e imparcialidade, com uma gestão artificial (quando não amistosa) de classificações e com efeitos contraproducentes no investimento dos professores nas aprendizagens dos alunos.
A partir do PEC3, acresce a tudo isto a dimensão de passatempo inútil, pois, se em termos pedagógicos e científicos a avaliação do desempenho não contribui para a melhoria das práticas lectivas e dos resultados dos alunos (basta analisar as descidas nas médias das classificações obtidas em exames nacionais, por parte dos alunos oriundos de escolas que implementaram o modelo), restava a consequência de diferenciação (arbitrária) dos professores para efeitos de progressão e de concursos.
Na iminência de não haver concursos tão cedo e na certeza de que ninguém vai progredir, a conclusão sobre a relevância da avaliação é óbvia:
- a avaliação do desempenho não serve para nada, excepto para perturbar a vida escolar.

Furtei o texto ao Octávio Gonçalves.

Finalmente vai ficando a nu a farsa. Hoje suponho que nenhum professor aceitaria a palavra de ordem que sob a batuta dos sindicatos andaram a entoar pelas manifes e que tanta irritação me causava - "avaliação sim, esta não". O logro está agora claro.

Mas esta construção cria inúmeros "postos de trabalho". Há uns quantos doutores e doutoras instalados na DGRHE e nas DRE entretidos a desfiar decretos-lei e despachos que sobre a avaliacão se foram sucedendo, treslendo-os para tentar impedir progressões. São as almofadas fofas dos diretores socratinos, mais papistas que o papa incapazes de aplicar a lei.