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M. Eugénia Prata Pinheiro

terça-feira, novembro 06, 2007

Estatuto do aluno e alunos estatutários

Não li o Estatuto do Aluno. Provavelmente nunca o irei ler.

Vagamente incomodada por esta indisponibilidade inquiri alguns professores da minha escola deste mundo outro. Teriam eles lido? Não, claro que não. Alguns (poucos) tinham passado os olhos pelos artigos mais polémicos. Fiquei contente. Afinal ainda há uma reserva significativa de saúde mental por aqui.

Os autores do documento não fazem a coisa por menos - exaram 60 (sessenta) artigos, desdobrados em múltiplos números e alíneas.

Um tal intrincado legislativo revela antes de mais uma qualquer psicose que não sei definir mas que me parece atacar gente que vive acondicionada no isolamento de gabinetes. O pó e os ácaros das carpetes ou aquelas bactérias maléficas instaladas nos aparelhos do ar condicionado podem bem ser responsáveis por estes distúrbios da mente.

Prefiro procurar razões desta ordem e não vir para aqui dizer que o fetiche do direito lhes obnubila o espírito e os obriga a produzir na onda do Código Civil ou pelo modelo do Regulamento de Disciplina Militar.

Estou condoída e parece-me que seria de providenciar rapidamente tratamento médico, neurológico ou psiquiátrico. Ainda por cima o mal espalha-se. Salta do Ministério da Educação para a Assembleia da República, daqui para o Palácio de Belém, parece ter já infectado uns quantos ógãos da comunicação social e anda mesmo por aqui pela blogosfera. Debruçam-se sobre o articulado. Valha a verdade que por ora mergulham sobretudo no artigo 22 - fetiche da capicua. E nesta zona do estatuto que, ao que já percebi, badala o assunto faltas, até iria divertir-me se se entretivessem a determinar o peso das ausências àquelas interessantes aulas de Actividades de Acompanhamento Educativo.

Mas, nada garante que estejamos a salvo de maiores retorcimentos e que não venham por aí esmiuçamentos maiores - às segundas, quartas e sextas a entrada na sala de aula é com o pé direito, às terças e quintas faz-se com o pé esquerdo, estabelecendo-se de seguida as semanas para a alternância do pezinho para que não resultem daqui desvios nos esqueletos juvenis. E determinações quejandas para o ouvidito no telemóvel - esquerdo, direito, esquerdo, direito... a bem da saúde auditiva e do lado do cérebro exposto às ondas.

Não tarda a doença vai atingir algum movimento convictamente feminista que virá reclamar um Estatuto da Aluna. Nada de discriminações.

Inquinação generalizada, valha-me santo Alzheimer!

Felizmente os alunos deste meu mundo outro não são alunos estatutários.

1 Comments:

Blogger saltapocinhas said...

também não li, nem o famoso 22!
(e acho bem que não contes a história aos teus meninos!!)

7:21 da tarde  

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