Perderam-se no caminho para a Finlândia
Furtei do blogue do Octávio Gonçalves
O relato jornalístico desta conferência de um professor universitário finlandês, ocorrida no Brasil em Setembro e destinada a uma plateia de professores, constitui um excelente pretexto para dinamitar a mistificação socrática à volta da escola pública (apostando que a maioria da governança e dos marajás socialistas têm os filhos a frequentar o ensino privado, incluindo o próprio Sócrates), a qual tem vindo a ser objecto de uma exploração descabelada e mentirosa, por parte de Sócrates, que apenas visa reverter a chaga (afronta aos professores e uma política educativa abaixo da mediocridade) que lhe retirou a maioria absoluta em 2009 e que, hoje, já se encontra, nas escolas, em estado de silenciosa, mas dilacerante, gangrena.
A prelecção do professor Reijo Laukkanen permite-nos inferir como, em pouco mais de meia-dúzia de domínios nucleares, o sistema educativo de um país considerado modelar, como é o finlandês, se encontra nos antípodas das orientações políticas que Sócrates impôs à educação e à escola pública, em Portugal.
Atente-se como, depois de afeições socialistas basbaques com o modelo finlandês (Sampaio e Maria de Lurdes Rodrigues confessaram enamoramentos), Sócrates se perdeu completamente no caminho que era expectável o tivesse conduzido à Finlândia, embora a sua experiência pessoal nos caminhos da educação não sustentasse nenhuma expectativa, nem augurasse nada de consistente e exigente, como veio a ocorrer:
- na Finlândia, existe uma opção estratégica por escolas de proximidade e de pequena e média dimensão; no Portugal de Sócrates, governantes e autarcas (felizmente, nem todos) excitam-se com mega-centros escolares e pouco se comovem com as experiências sofridas de crianças que passam os dias inteiros nas escolas e que viajam (e enjoam) dezenas de quilómetros diários;
- na Finlândia, investe-se na criação/transmissão de conhecimento e numa verdadeira qualificação dos alunos, sem obsessões estatísticas ou propagandísticas; em Portugal, destrói-se a exigência, desviam-se os professores da sua missão fundamental de ensinar, promovendo-se facilitismos e substituindo-se as aprendizagens consistentes e o apoio efectivo às dificuldades dos alunos por processos de desenrascanço e de certificação de faz-de-conta - imbecilmente celebrados por políticos medíocres;
- na Finlândia, promove-se a autonomia pedagógica das escolas; em Portugal, reforça-se o centralismo (desde os braços armados do ministério da Educação - direcções regionais, cae's, IGE, equipas de apoio - até à Parque Escolar) e a intromissão impositiva na organização e nas opções das escolas;
- na Finlândia, aposta-se numa formação científica e pedagógica robusta dos professores, tornando desnecessários exames de acesso ou avaliações de desempenho persecutórias (ausência de inspectores e de modelos de avaliação omnipresentes, burocráticos e empecilhos ao desempenho da função de professor); em Portugal, é a permanente desconfiança em relação à formação e às capacitações dos professores, culminando no paradoxo de se entregar aos professores a tarefa de se avaliarem uns aos outros, como consubstanciado no absurdo e na farsa que é o actual modelo de avaliação do desempenho;
- na Finlândia, constata-se a valorização social do estatuto do professor (a maioria das crianças desejam vir a ser professores) e a correspondente valorização remuneratória; em Portugal, assistimos à afronta aos professores, a tentativas de desvalorização e desautorização públicas dos mesmos, para já não falarmos nos congelamentos das progressões e no roubo corporizado neste Orçamento para 2011;
- na Finlândia, a escola organiza-se para responder à efectiva superação das dificuldades dos alunos; em Portugal, entretêm-se os alunos com folclore, aulas de substituição, TAE´s e planos inconsequentes.
Se Sócrates tivesse vergonha na cara (mas, não tem nenhuma), nunca mais ousaria falar de Finlândia ou, sequer, de aposta na escola pública.
A prelecção do professor Reijo Laukkanen permite-nos inferir como, em pouco mais de meia-dúzia de domínios nucleares, o sistema educativo de um país considerado modelar, como é o finlandês, se encontra nos antípodas das orientações políticas que Sócrates impôs à educação e à escola pública, em Portugal.
Atente-se como, depois de afeições socialistas basbaques com o modelo finlandês (Sampaio e Maria de Lurdes Rodrigues confessaram enamoramentos), Sócrates se perdeu completamente no caminho que era expectável o tivesse conduzido à Finlândia, embora a sua experiência pessoal nos caminhos da educação não sustentasse nenhuma expectativa, nem augurasse nada de consistente e exigente, como veio a ocorrer:
- na Finlândia, existe uma opção estratégica por escolas de proximidade e de pequena e média dimensão; no Portugal de Sócrates, governantes e autarcas (felizmente, nem todos) excitam-se com mega-centros escolares e pouco se comovem com as experiências sofridas de crianças que passam os dias inteiros nas escolas e que viajam (e enjoam) dezenas de quilómetros diários;
- na Finlândia, investe-se na criação/transmissão de conhecimento e numa verdadeira qualificação dos alunos, sem obsessões estatísticas ou propagandísticas; em Portugal, destrói-se a exigência, desviam-se os professores da sua missão fundamental de ensinar, promovendo-se facilitismos e substituindo-se as aprendizagens consistentes e o apoio efectivo às dificuldades dos alunos por processos de desenrascanço e de certificação de faz-de-conta - imbecilmente celebrados por políticos medíocres;
- na Finlândia, promove-se a autonomia pedagógica das escolas; em Portugal, reforça-se o centralismo (desde os braços armados do ministério da Educação - direcções regionais, cae's, IGE, equipas de apoio - até à Parque Escolar) e a intromissão impositiva na organização e nas opções das escolas;
- na Finlândia, aposta-se numa formação científica e pedagógica robusta dos professores, tornando desnecessários exames de acesso ou avaliações de desempenho persecutórias (ausência de inspectores e de modelos de avaliação omnipresentes, burocráticos e empecilhos ao desempenho da função de professor); em Portugal, é a permanente desconfiança em relação à formação e às capacitações dos professores, culminando no paradoxo de se entregar aos professores a tarefa de se avaliarem uns aos outros, como consubstanciado no absurdo e na farsa que é o actual modelo de avaliação do desempenho;
- na Finlândia, constata-se a valorização social do estatuto do professor (a maioria das crianças desejam vir a ser professores) e a correspondente valorização remuneratória; em Portugal, assistimos à afronta aos professores, a tentativas de desvalorização e desautorização públicas dos mesmos, para já não falarmos nos congelamentos das progressões e no roubo corporizado neste Orçamento para 2011;
- na Finlândia, a escola organiza-se para responder à efectiva superação das dificuldades dos alunos; em Portugal, entretêm-se os alunos com folclore, aulas de substituição, TAE´s e planos inconsequentes.
Se Sócrates tivesse vergonha na cara (mas, não tem nenhuma), nunca mais ousaria falar de Finlândia ou, sequer, de aposta na escola pública.
1 Comments:
...transmissão de conhecimento???
Mentira, mentira,mentira!
Na Finlândia a escola organiza-se tendo por base o construtivismo!
E em Portugal stora?
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