Substituições parte IV - até as vozes de burro
Até as vozes de burro às vezes chegam ao céu!
Hoje, pelas onze horas, vieram trazer-me o plano de uma aula de substituição que iria fazer às catorze horas. A coisa melhorou. Ia dar uma aula de música, pôr os alunos a cantar e disso até gosto e faço na minha própria disciplina ou com textos criados na aula ou de outros, ou para decorar listagens tipo preposições, advérbios..., ou quando preciso de quebrar uma actividade monótona e interrogo a cantar e quero resposta cantada, exercício para além do mais desinibidor, ou quando quero ralhar em tom menor, allegro ma non troppo.
Tive tempo para requisitar o leitor de CDs, para com um outro colega de música procurar o CD indicado e, para aquecer as cordas vocais, até pude participar no primeiro ensaio de um coro professoral para a festa de final de período. Digo professoral porque os funcionários, embora também convidados a integrá-lo, não apareceram. Ainda hei-de indagar razões mas suspeito que a sobrecarga de tarefas a que estão sujeitos esteja por trás da falta de presença. Julgo que os que se reformaram e os que estão de baixa não estão a ser substituídos talvez porque se espere chutar para estes postos de trabalho os mobilizados da função pública.
Assim, quando às cinco da tarde saí da escola, vi ficarem agarrados aos computadores na sala dos directores de turma uns colegas tristonhos a enfiar nos processos nome do pai, nome da mãe, número do BI... Com trabalhos para corrigir e aulas para preparar, esta actividade tão intelectualmente estimulante deve anular qualquer possibilidade de ao chegar a casa fazerem seja o que for. Quem falou de qualidade?
Hoje, pelas onze horas, vieram trazer-me o plano de uma aula de substituição que iria fazer às catorze horas. A coisa melhorou. Ia dar uma aula de música, pôr os alunos a cantar e disso até gosto e faço na minha própria disciplina ou com textos criados na aula ou de outros, ou para decorar listagens tipo preposições, advérbios..., ou quando preciso de quebrar uma actividade monótona e interrogo a cantar e quero resposta cantada, exercício para além do mais desinibidor, ou quando quero ralhar em tom menor, allegro ma non troppo.
Tive tempo para requisitar o leitor de CDs, para com um outro colega de música procurar o CD indicado e, para aquecer as cordas vocais, até pude participar no primeiro ensaio de um coro professoral para a festa de final de período. Digo professoral porque os funcionários, embora também convidados a integrá-lo, não apareceram. Ainda hei-de indagar razões mas suspeito que a sobrecarga de tarefas a que estão sujeitos esteja por trás da falta de presença. Julgo que os que se reformaram e os que estão de baixa não estão a ser substituídos talvez porque se espere chutar para estes postos de trabalho os mobilizados da função pública.
Assim, quando às cinco da tarde saí da escola, vi ficarem agarrados aos computadores na sala dos directores de turma uns colegas tristonhos a enfiar nos processos nome do pai, nome da mãe, número do BI... Com trabalhos para corrigir e aulas para preparar, esta actividade tão intelectualmente estimulante deve anular qualquer possibilidade de ao chegar a casa fazerem seja o que for. Quem falou de qualidade?