Escola

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M. Eugénia Prata Pinheiro

quinta-feira, julho 30, 2009

Mais programas eleitorais

Uma iniciativa para rir: 200 euros numa conta bancária aberta para cada criança que venha a nascer. Poderá movimentá-la quando tiver 18 anos.

Na sequência deste anúncio foram já divulgadas iniciativas de muitos países de apoio à natalidade que estão a anos luz desta mesquinhice. Não só a verba é muito maior, como é entregue às famílias para que a usem no que lhes fizer falta.

Aqui o Estado sobrepõe-se e decide que a criança deve ter conta bancária. E que conta! Em 18 anos pode ser que o investimento dobre mas nem isso está garantido. Admitindo que dobre, 400 euros será um princípio de vida magnífico! E será o governo a escolher o banco para a criança? Pois, não deve haver concurso público e lá irá a CGD arrebanhar uns milhões para aguentar o BCP, o BPN, a fábrica espanhola de Sines, a..., o...

E traz-me isto à memória uma triste história passada com a minha mãe. Perdeu a mãe aos dois anos e o pai aos nove. Uma avó e tias já idosas deram destino à criança - um bom colégio com internato para estudar e férias com a família. Para administrar os bens o Estado nomeou um tutor oficial como era habitual na época. Os jovens órfãos, que completaram 18 anos aquando a minha mãe e tutorados pelo mesmo indivíduo, não viram um tostão das suas heranças. O diligente tutor administrara os bens a seu favor, pusera todas as suas propriedades em nome da parentela e, sendo já velhote, suicidou-se. Estivesse o CCB (Camilo Castelo Branco) no activo e teríamos boa novela.


Ainda a conferência com bloguistas

Pelos videos que vão circulando fui percebendo que "a escola" foi um tema central nesta conferência. Também já percebi que não esteve presente qualquer professor. Parece que alguns terão tentado inscrever-se mas as vagas já estavam esgotadas. As quotas, tão em moda, aqui não existiram. Só as impõem onde não fazem falta! Foi pena. Se lá estivesse algum professor a propaganda teria sido mais moderada pois seria feita a desmontagem de "todos os milagres tecnológicos" que se anuncia estarem a acontecer nas escolas. O senhor ingenheiro tenta fazer passar por real um mundo virtual. A coisa ficou logo clara na "falha técnica" que impediu a transmissão directa via net que estava anunciada.

Encontrará adeptos para esta second life?

Terei contribuído para isto?

Ouvi enunciar como essenciais à vida dos portugueses um novo aeroporto de Lisboa, um TGV (que não seja para servir interesses espanhóis!), um graaande porto (ou vários?)...

Assim falou o Dr. Garcia Pereira apresentando o programa eleitoral do seu partido.

Na isca que ouvi não adiantava a justificação para aquela essencialidade. Será que consegue mesmo encontrá-la?

Fiquei a pensar que resultaram sequelas do ter analisado (e bem) a legislação que se abateu sobre os professores. Deslindar aquela embrulhada ter-lhe-á acrescentado a confusão? Arderam neurónios?

terça-feira, julho 28, 2009

Conferência com bloguistas...

Fui ao blogue do Paulo Guinote, A Educação do meu Umbigo, e diverti-me com o video de um bocadito da reunião de Sócrates com blogers.

O Tiago Ramalho tenta, com a pergunta que faz, que Sócrates explique o número total que apareceu publicado de avaliados pela aplicação do siadap na função pública em 2008, total que é falso porque inclui os professores. Ora nesse ano terão sido "faz de conta avaliados" vinte e poucos mil professores contratados e não pela aplicação do siadap que não se aplica aos professores portanto os números publicados nada têm a ver com o real.

Respondendo, Sócrates faz de conta que não percebe o problema que lhe é posto e aproveita para se contradizer em poucas palavras - esta avaliação dos professores é rigorosa porque se instituíram as quotas o que permite que haja excelentes e muito bons; há uma percentagem diminuta de excelentes e muito bons mas dantes não havia nenhum. (Ficamos então a saber que só havendo avaliacão é que há professores excelentes e muito bons. Sem avaliacão são todos uma nódoa.) Pouco depois diz que, graças às quotas, os funcionários já não são todos muito bons como era costume até aqui. (Aqui fala da sua experiência como funcionário público não avaliado - ora vimos os projectos de casas que assinou, os processos mirabolantes em que se foi metendo e têmo-lo como primeiro-ministro/secretário geral do PS.) Em que ficamos? Para que servem as quotas?

Aproveita também para insistir, insistir, insistir que está finalmente a ser feita a avaliação dos professores que nunca existiu antes. Ora eu que prestei prova pública com júri externo para passar ao 8º escalão e, para as passagens de escalão seguintes, apresentei relatório crítico à comissão de avaliação interna da escola, fico com urticária não porque julgasse que estávamos a ser criteriosamente avaliados (nem sei como isso pode ser feito) mas porque se isto não era avaliação, agora é? Agora é que se descobre o mééééérito? Como o descobre? Agora é que os pais/ees vão saber que os filhos têm uns professores cheios de mérito e outros cheios de... quê? E, se os profes não tiverem mérito, os pais entregam-lhes os filhos?

Ai, ai, ai.



sábado, julho 25, 2009

Mentira de Estado - demonstra o Paulo Guinote

Ontem dei conta da aparente desorientação que tomou conta da imprensa em relação aos números que a propaganda governamental fez sair em torno da avaliação dos desempenho dos funcionários públicos.

Achei aquilo tudo muito estranho, porque nada parecia bater certo com nada. Durante a noite chegou-me uma cópia do material enviado pelo gabinete do secretário de Estado da Administração Interna com os dados relativos a essa avaliação. Julgo que corresponde aos dados que caíram na redacção dos jornais.

E então tudo encaixou.

Observemos o quadro para perceber como a avaliação dos docentes é central em todo este processo e como está a ser manipulada para efeitos de construção estatística de uma realidade virtual para efeitos de propaganda eleitoral.

SIADAP

Repare-se como para o total de funcionários avaliados, o Ministério da Educação contribui com mais de 50% do valor apresentado.

O problema é mesmo esse.

Como é possível que em 2008 se considere que foram avaliados mais de 160.000 funcionários do ME e não foram apenas 25.000, quando sabemos perfeitamente que cerca de 130.000 professores não foram objecto de qualquer avaliação?

A verdade é que sem esse valor, o número total de funcionários avaliados desceria para pouco mais de 150.000, pois também há muitos funcionários da estrutura administrativa do ME que não foram objecto de qualquer avaliação.

O que significa algo muito simples: os dados apresentados são falsos.

Falsos

Falsos

Falsos.

Entendem?

O que está neste quadro é completamente falso.

E ando por aqui em bolandas em busca do link que me mandaram ontem para um post no qual se demonstra a falsidade dos dados apresentados para o próprio Ministério das Finanças, devido à não avaliação em 2008 dos funcionários da DGCI. Só me lembro que, com base nos indicadores apresentados naquela tabela, equivalendo o número de funcionários da DGCI ao 1,2% que se declara não ter sido avaliados, isso significaria que o Min. Finanças teria mais de um milhão de funcionários. O que se passa é que consideram avaliação individual de funcionários, uma avaliação global dos objectivos de um dado serviço de acordo com os QUAR.

Mas encontrei a ligação para um documento que demonstra que o SIADAP só vai começar a ser aplicado na DGCI este ano. Basta, pois, confirmar o número de funcionários da DGCI e perceber que o universo de funcionários a avaliar apresentado (12.662) é uma completa mistificação.

Quanto aos outros Ministérios não sei, mas os casos das Finanças (alegado melhor desempenho) e o da Educação (alegado pior desempenho) são basdeados em dados falseados. Completamente manipulados, amputados, acrescidos, o que queiram chamar.

É a elevação da mentira descarada a discurso oficial do Estado.

E seria bom que isso fosse denunciado, após apurado escrutínio.

E a comunicação social tem essa obrigação, antes de ecoar dados de forma acrítica.

E os partidos da oposição, antes de irem a banhos, poderiam fazer o seu trabalhinho de casa.

Não pode ser apenas a malta dos blogues porque, acreditem, também temos outras coisas para fazer e pouco a ganhar.


Nota: Furtei o texto ao Paulo Guinote da Educação do meu Umbigo. Trabalho de casa esclarecedor.

sexta-feira, julho 24, 2009

Sem comentários - carta transcrita do jornal "Público"

Inscrições para
o 10.º ano
Fui à Escola EB 2,3 André Soares, em Braga, para matricular um filho meu no 10.º ano de escolaridade quando deparei com uma situação que julgo, no mínimo, insólita.

Para começar, soube que as "fichas de actualização de dados" dos alunos não estiveram prontas, de manhã, mas só à tarde, pelo que os pais que se dirigiram à escola, pela manhã, para matricular os filhos no 10.º ano tiveram de o fazer nos impressos antigos!

Depois, quando a directora de turma chegou com os novos impressos, verifiquei que, nessa ficha, eu tinha duas direcções diferentes (antigas), e a actual nem sequer lá constava, muito embora eu tivesse avisado a directora de turma, no início deste ano lectivo, das alterações necessárias...

Mas o mais grave é o seguinte: nos boletins antigos, um aluno indicava, primeiro, a preferência pelo curso e, em segundo, a sua preferência pela(s) escola(s) a frequentar. O que equivale a dizer que se um aluno quisesse, então, por exemplo, optar por três cursos diferentes, em três escolas secundárias diferentes, por simples cálculo combinatório, este aluno teria, pelo menos, nove hipóteses de combinações diferentes, esgotadas que fossem, preferencialmente, as suas opções hierarquizadas.

O novo modelo "informático" só permite a indicação do curso em que se inscreve, numa alínea, e noutra só permite a indicação das outras preferências quanto a cursos. Mas omite completamente a indicação da(s) escola(s) secundária(s) onde os quer frequentar e por que ordem de preferência. Assim sendo, a liberdade de escolha fica coarctada. O modelo antigo, pelo menos, salvaguardava as preferências quer quanto ao curso, quer quanto às escolas onde os frequentar.

Não sei quem determinou a utilização deste modelo. Uma coisa é certa, pelo menos: mais uma vez estamos perante um acto burocrático estúpido, limitativo da liberdade de opção e de escolha de cursos e de escolas. Porque os alunos, anteriormente, sempre podiam escolher um curso e/ou uma escola, de modo a salvaguardar as suas preferências, centrassem-se elas num curso e/ou numa escola.

O boletim abria a possibilidade a várias combições que respeitavam as preferências dos alunos. O presente modelo, não.

Só uma pergunta final: a quem pedir responsabilidades?
Armando Rui C. M. Guimarães

P.S. Agradecia que algum professor de Língua Portuguesa me elucidasse acerca do seguinte ponto. No espaço da ficha intitulado "Curso a Frequentar", no ponto 3 lê-se o seguinte: "Cursos que pretende frequentar, por ordem de preferência no caso de não existir vaga no curso indicado a cima" (sic) (itálico meu). A minha dúvida é: é assim que se escreve a cima, ou não deveria ter sido escrito acima? E é este o Ministério da Educação que temos!

quarta-feira, julho 22, 2009

Afinal, para que serve a escola?

22.07.2009, Santana Castilho

O valor instrumental do conhecimento deve ser uma consequência e não o objectivo ao qual tudo se subjuga

É minha convicção profunda que o próximo responsável pelas políticas educativas tem, obrigatoriamente, de assumir as intervenções que enumerei no último artigo se quiser recuperar a confiança dos professores e travar a degradação do sistema de ensino. Aquele elenco de medidas é politicamente incontornável e instrumento primeiro de uma reconstrução imperiosa. Mas deve ser complementado com uma acção segura de envolvimento da sociedade, num debate social sobre a missão da escola de massas e sobre o significado e pertinência de alguns conceitos que a condicionam definitivamente. Quando reflicto sobre o tema e avalio os estragos dos últimos anos, perece-me evidente que a falta de densidade cultural de quem governou a Educação nacional reduziu a zero o valor intrínseco do conhecimento. Como se a vida se limitasse a utilidades imediatas e a competências instrumentais. Como se nos bancos das escolas se sentassem robôs em vez de pessoas.

Afinal, para que serve a escola? Definitivamente, para colocar um determinado acervo de conhecimento ao alcance dos alunos e assim cooperar num processo educacional mais vasto, que a extravasa. O valor instrumental que esse conhecimento possa vir a representar em contexto de vida social deve ser consequência, que não objectivo determinante a que tudo se subjugue. E toda a acção educativa deve ser norteada por esta filosofia, se quisermos seres autónomos, capazes de perceberem o mundo que os rodeia.

À ideologia pedagógica que se apoderou do Ministério da Educação juntou-se, nos últimos 4 anos, uma teologia de resultados e uma manipulação estatística que dilaceraram o valor intrínseco do conhecimento, empobrecendo drasticamente a qualidade da escola de massas. A sobrevalorização dos processos por referência ao conhecimento, ditada por uma falsa doutrina de sucesso a qualquer preço, criou mesmo mecanismos perversos de discriminação social.

Refiro-me à ideia peregrina de diminuir a exigência do conhecimento a adquirir por determinados grupos, social e economicamente desfavorecidos, assumindo como corolário dessa debilidade uma capacidade intelectual menor desses grupos. Querem mais maquiavélica forma de eternizar as diferenças? Esta desvalorização do valor do conhecimento, porque prejudica os resultados que os responsáveis querem exibir, explica também o aviltamento de certas disciplinas científicas, estruturantes de uma sólida formação humana. Falo da Filosofia, da Matemática, da Literatura, da História e da Geografia, por exemplo. Boa parte da seriedade de conteúdos doutros tempos foi preterida por listas de competências pós-modernas ou por actividades educativas sem substrato cognitivo. Mais uma vez, o resultado é evidente: os pais mais cultos e mais ricos ensinam ou pagam a quem ensine o que a escola não trata; os outros permanecem escravos da rua e da televisão. Este estado de coisas evidencia um erro clamoroso das políticas educativas dos últimos tempos: quando decidiram baixar o nível de exigência cognitiva, acreditando que lograriam assim motivar os culturalmente mais débeis, tão-só generalizaram a mediocridade. Parece óbvio que o caminho passa pela coragem de retomar conteúdos cognitivos nucleares, cujo valor intrínseco seja aceite por via de um debate social que o demonstre. Mas, aqui chegados, dizer que devemos voltar à prevalência dos conteúdos cognitivos centrais e à consagração do valor intrínseco do conhecimento não nos levará além de um simples enunciado de intenções, que só ganhará credibilidade quando concretizado em medidas. Sem as esgotar, que o espaço mais não permite, destaco três, que reputo como prioritárias:

1. Consagrar a autoformação dos professores, assistida por estruturas competentes de supervisão e superação de dificuldades científicas. Não há outro caminho. Tutelar e centralizar a formação contínua seria mais da mesma ineficácia.

2. Retomar a cooperação entre professores, que a competição artificial de uma avaliação do desempenho sem sentido nem ética destruiu. Neste quadro se filia outro erro monumental perpetrado pelo poder, qual seja o de ter conduzido à reforma antecipada, nos últimos anos, qualquer coisa como oito mil docentes dos mais qualificados e experientes, dilapidando gratuitamente, sem visão de futuro e de modo irresponsável, a cooperação intelectual e pedagógica intergeracional, por meio da qual os detentores de maior formação e competência didáctica iam enquadrando e formando em serviço os mais jovens e inexperientes.

3. Expurgar os programas escolares de orientações didácticas e metodológicas sem sentido, que desorientam e castram a autonomia científica e pedagógica dos docentes e reduzem ao ridículo a solidez cognitiva das disciplinas.

Este será um trabalho de anos que, pacientemente, irá reconstruindo a consistência e a maturidade de um corpo docente responsável. Professor do ensino superior (s.castilho@netcabo.pt)

domingo, julho 19, 2009

Defender a liberdade de expressão

Mais um autor de blogue perseguido e punido. Desta vez é na Universidade do Minho com pouco de universal e muito de mesquinho.


Há que assinar a petição em defesa de Daniel Luís e da sua/nossa liberdade de expressão.

sábado, julho 18, 2009

Pesadelo

[No gabinete da direção. Caixas de papel arrumadas junto às paredes. Na secretária montes de papéis quase encobrem a figura do senhor diretor. Durante a conversa, diversos diligentes funcionários da secretaria vão amontoando mais e mais caixas de papelada. De quando em quando depositam mais umas resmas sobre a secretária anunciando em surdina - autoavaliações.]


Diretor - Diga lá! Tenho agora cinco minutos para o ouvir.

Prof - Deve ter lido, senhor diretor, no meu relatório adiantava a absoluta necessidade de uma sala ou saleta para o trabalho com os alunos estrangeiros...

Diretor - Não me faça perder o meu precioso tempo. Sabe bem que é impossível.

Prof - Vi que atribuíram outra sala para os diretores de turma. A sala que vaga servia perfeitamente...

Diretor - Está a brincar comigo. Não viu a porta blindada que já está colocada? Não pensa?

Prof - Pois, dispensava a porta blindada, não fazia qualquer falta. O espaço devia ser tão aberto quanto possível para que os alunos, sem grande cerimónia prévia, pudessem frequentá-lo. Dicionários, mapas, um computador...

Diretor - Porta blindada significa segurança, ilustre colaborador. Arquivo, arquivo. Nesse espaço ficarão em segurança todas as grelhas que foram projetadas. Se este ano ainda não tiveram uso, lá virá o momento...

Prof - Bom, então a sala ao lado, de onde vi retirar já os computadores ...

Diretor - Mas não viu a porta blindada já preparada para ser instalada? Não percebe que é o espaço adequado para arquivar os portefólios? Arquivo, arquivo é do que preciso...

Prof - Aquele aproveitamento envidraçado junto à escada serviria bem...

Diretor - Ilustre colaborador, e as grelhas finais, as autoavaliações? São resmas e resmas a requerer absoluta segurança.

Prof - Mas as vidraças para a papelada, hummm... Seria até bom ver os alunos lá dentro daquele espaço, uma espécie de aquário com gente dentro. Muitos deles são bastante interessados, trabalham, têm dúvidas, de certeza que o frequentariam com regularidade, muito para lá dos tempos de aula de português língua não materna...

Diretor - Que ideias tolas, ilustre colaborador! Quais vidraças! As vidraças vão sair. Tijolo e blindagem total. Acesso apenas pela secretaria. Mais uma porta com segredo. Segurança, segurança é o que me faz falta.

Prof - E as aulas de PLNM, o trabalho com esses alunos? São tantos cá na escola!

Diretor - Ilustre colaborador, as suas preocupações devem coincidir com as minhas. Preocupe-se com os papéis. Deixe os alunos em paz. Os papéis, os papéis...

O prof estava já em bicos de pés para conseguir ver os olhos e o cimo lustroso da careca do senhor diretor. A mão do senhor diretor que surgiu por trás da papelada acumulada na secretária, acompanhando num estreito volteio a sua última fala, obrigou o prof a olhar em volta. Estava cercado, muralhado por caixotes... O senhor diretor cantarolava arquivo, arquivo meu, meu belo arquivo, arquivo imenso... O prof desfaleceu...

e eu acordei, irra.

sexta-feira, julho 17, 2009

Realidade virtual

A senhora ministra constrói esta realidade virtual - os estudos sobre a avaliação aplaudem o modelo em curso.

Fui furtar ao reitor uma pequena síntese das críticas que os ditos estudos apontam:

Objectivos de melhoria impossíveis de alcançar por causa do próprio modelo de avaliação do Governo.

Progressão na carreira: Avaliadores Externos e não Internos como prescreve o modelo do Governo.

Não pode haver avaliação ao nível da escola com consequências a nível nacional, como está previsto no modelo de avaliação do Governo, especialmente no simplificado.

A avaliação dos professores tem de estar ligada à avaliação externa das escolas como não prevê o modelo de avaliação do Governo.

Tudo isto tinha já sido dito por muitos mas nunca será ouvido/compreendido pela equipa ministerial. Preferem o real virtual. Então treslêem.

quinta-feira, julho 16, 2009

Avaliacão, pois então!

Ouvi na rádio declarações gagas de um senhor secretário do estado da educacão.

Admitia os recentes reparos feitos pela OCDE e por outros conselheiros ao processo de avaliacão, reparos que muita gente até aqui já tinha feito sem qualquer eco, mas considerava que seriam precisos alguns anos para produzir as sugeridas correções.

Constatado isto, o senhor declarava que, à falta desses anos, o processo seguirá como está de vento em popa.

Lá terão condigno enterro no outono.

domingo, julho 12, 2009

Ando cá a pensar...

Ando cá a pensar...

Se há agora diretores (por concurso, com programa, e eleição no conselho), se estes nomearam os seus sub e adjuntos e assessores, se designaram os coordenadores, se fizeram a equipa dirigente...

Ora então é a esta ilustre equipa que compete formular o projeto educativo, o regulamento interno, o regimento dos diversos órgãos e outra documentação central que considerem útil.

Nós outros que estamos fora da equipa não devemos colaborar na confeção destes documentos, não nos compete. Devemos ocupar-nos com a preparação das aulas e materiais - os testes para diagnóstico, a ficha para trabalhar este ou aquele assunto, a seleção bibliográfica para esta ou aquela pesquisa, o guião para este ou aquele trabalho na net ... - a usar com os alunos no próximo ano, com a organização das "nossas coisas". Podemos propor esta ou aquela atividade - uma visita de estudo aqui ou ali, uma ida ao teatro, uma sessão de debate a envolver estes ou aqueles alunos, mas ficam por aqui as nossas competências.

Vem esta reflexão a propósito dos trabalhos que vejo estarem a ser distribuídos a professores para este período não letivo.

Divagação - Mais uma vez não consigo ter acesso às provas de aferição que os meus alunos do 6º ano realizaram. Este ano fiz requerimento formal com entrada pela secretaria mas até agora nada. E nem me explicam por que não. Mais uma vez seguirão para o arquivo morto sem me passarem pelas mãos. E esta turma que era a turma dos excertos que aqui publiquei em setembro de 2007! Gostava de ver como reagiram na prova, lá isso gostava, lá isso teria alguma utilidade para mim... e, julgo, para os próximos alunos.

quinta-feira, julho 09, 2009

Concursos -propostas de permuta

Aqui está uma ligação para o útil serviço que o blogue do MUP está a cumprir.

quarta-feira, julho 08, 2009

A caixa negra do PS e a educação

08.07.2009, Santana Castilho, Professor do ensino superior.

[...]

No que à Educação respeita, a próxima legislatura tem uma tarefa: apanhar os cacos e trazer paz às escolas e aos professores. Para isso tem, entre outras, oito acções incontornáveis, a saber:

a) Assumir, finalmente, a autonomia das escolas. O paradigma tradicional de gestão do sistema está esgotado. O poder tem de confiar nos professores e entregar-lhes a responsabilidade efectiva de gestão das suas escolas. Como corolário óbvio, devem ser extintas as direcções regionais de Educação e proceder-se à adequação consequente da estrutura orgânica do Ministério da Educação. As valências centrais devem limitar-se à definição das políticas de natureza nacional, à supervisão, ao controlo da qualidade e aos instrumentos de avaliação e relativização dos resultados. Deste enunciado genérico emana a imperiosa necessidade de despolitizar todos os serviços técnicos. Há que ganhar uma estabilidade de funções, que persista para lá das mudanças dos políticos, protegendo a administração superior da volatilidade política.

b) Conceber um verdadeiro estatuto de carreira docente, em que os professores portugueses se revejam, que seja instrumento de desburocratização da profissão, fixador de claro referencial deontológico, gerador de estabilidade profissional e indutor de uma verdadeira autonomia responsável, de natureza pedagógica, didáctica e científica. Naturalmente que o fim da divisão da carreira em duas é obrigatório. Naturalmente que a adequação das necessidades das escolas à dimensão dos quadros é desejável.

c) Definir um modelo de avaliação do desempenho útil à gestão do desempenho, isto é, que identifique obstáculos ao sucesso e se oriente para os solucionar, que tenha muito mais peso formativo que classificador. Que se preocupe mais com a apropriação, por parte dos professores, dos valores que intrinsecamente geram sucesso e melhoram o desempenho, que com os instrumentos que extrinsecamente o pretendam promover. Que reflicta a evidência da complexidade do acto educativo, que não pode ser alvo dos mesmos instrumentos que se aplicam à medição de bens tangíveis. Que assente no reconhecimento de que a actividade docente tem uma natureza eminentemente colaborativa e dispensa instrumentos geradores de competição malsã. Que seja exequível e proporcional à sua importância no cotejo com outras vertentes da profissão.

d) Alterar o modelo de gestão das escolas, compatibilizando-o com o novo paradigma de autonomia, devolvendo-lhe a democraticidade perdida, adequando a natureza dos órgãos às realidades sociais existentes e abandonando a lógica concentradora do poder num só órgão.
e) Alterar o estatuto do aluno, orientando-o como instrumento promotor de disciplina e gerador de responsabilidade, rigor e trabalho. Deve ser abandonada a promoção estatística do sucesso e retomada a seriedade dos instrumentos de certificação dos resultados.

f) Redefinir globalmente os planos de estudo e os programas disciplinares, articulando-os vertical e horizontalmente. Cabe aqui a aceitação de que há limites institucionais e pessoais, uma hierarquização de importância das diferentes disciplinas, em função de faixas etárias, ciclos de estudo e orientação vocacional, e um papel nuclear de outras, que se deve reflectir na composição dos curricula.

g) Reorganizar as actividades de resposta a necessidades educativas especiais, com expresso abandono de utilização, em contexto pedagógico, da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) e retorno dos professores especializados ao trabalho exclusivo com crianças portadoras de necessidades especiais.

h) Devolver aos professores espaço e tempo para reflexão sobre a prática profissional e autoformação e promover o debate sobre conceitos educacionais não suficientemente apreendidos pela sociedade. Com efeito, a insuficiente tentativa de obter consensos possíveis sobre esses temas e o fomento de climas de quase ódio entre correntes doutrinárias opostas e ideologias políticas diversas têm impedido que as decisões perdurem para além dos tempos políticos e mudem em função do livre arbítrio de sucessivos governos e ministros.


segunda-feira, julho 06, 2009

Concurso 2009 ...


Estimados e ilustres colaboradores, para Setembro talvez precisemos da colaboração de alguns mais. Por essa altura colocaremos. Aproveitamos para avisar que, no café ali da esquina, um letreiro afixado na montra informa da necessidade de colaborador/a. Quem avisa, amigo é.

Titulares de quê?

Não sei se é para rir ou para chorar.

Numa escola deste singular país, um xôr diretor (ex pce) dirige-se aos professores titulares (de quê) tratando-os por ilustres professores e dirige-se aos outros professores tratando-os por ilustres colaboradores.

Iremos conseguir desarticular esta m****?

sexta-feira, julho 03, 2009

Estranhas estimações!

Estando por fora da indústria da bola espantou-me hoje a eleição benfiquista. Vai o homem para o terceiro mandato eleito com mais de 90% dos votos. Perguntas que se impõem - o Benfica tem ganho, as contas do clube são boas, o presidente merece confiança? Pelas histórias que ouço acerca do senhor nem um café gostaria de tomar ao seu lado. Também andaram a votar no Vale e Azevedo que, suspeito, até será um anjinho ao pé deste senhor Vieira.

Serão os benfiquistas masoquistas? Não quero acreditar que tantos se identifiquem com este senhor presidente.

Serviu esta história para aprender uma palavra nova numa crónica que li sobre o megassunto das eleições benfiquistas - tranquibérnia. Tive de ir consultar o dicionário. Significa confusão, misturada, desordem//negócio de má fé, falcatrua, fraude, trapaça, burla. Também pode dizer-se traquibérnia. Prefiro esta forma com sonoridade mais adequada ao significado.

Ai, ai, ai, que me desculpe este texto o meu filho mais velho, felizmente apenas simpatizante deste glorioso.

Directores, pais, autarquias... dec-lei 75/2008

Grande preocupação pelos blogues dos profes. A doutora Manuela Ferreira Leite, candidata a primeiro-ministro, não se manifestou acerca do decreto da novíssima gestão.

Eu vou perguntando aos meus botões:

- os velhos conselhos executivos eram impolutos, puros, virtuosos, imaculados?

- os velhos conselhos executivos usavam de total democraticidade para tomada de decisões?

- não havia nepotismo nos velhos conselhos executivos?

- os velhos conselhos executivos nunca funcionavam com discricionariedade?

- não se organizavam cliques e claques à volta dos conselhos executivos resultando daí favores?

- para tomada de medidas obscuras não se abrigavam nas sombras do ME e das DRE?

E tantas, tantas outras perguntinhas de semelhante teor. Este faz de conta que é democrático nunca me convenceu.

Ah, agora vão ser as autarquias e mais os pais, e tal e porque torna e porque deixa... Quero lá saber. Até pode ter como resultado abanar as pessoas. Até agora, no meu departamento, só eu fazia aquelas perguntas mais incómodas. Ontem já não fui eu que falei na falta de uma "filosofia de escola", na falta de definição de critérios para uso nos conselhos de turma, falta geradora de arbitrariedades gritantes, nos constrangimentos decorrentes de maus horários para as turmas... Ontem ouvi muitas vozes.

Não havia já assembleias de escola com representantes das autarquias e dos pais/ee? Na verdade para ali estavam de corpo presente dizendo amen, amen. Quando a imaculada assembleia da minha escola me pôs um processo disciplinar para conduzir ao arquivamento de um recurso hierárquico que interpusera indignada com os maus tratos infligidos a uma das minhas turmas com manifesto abuso de poder, todos os presentes (professores eleitos pelos professores, funcionários eleitos pelos funcionários, representantes da autarquia, representantes dos pais) levantaram os bracinhos para apoiar o poderzeco.

Havia agrupamentos/escolas em que tudo funcionava bem? Dou de barato que houvesse mas a experiência na maioria das escolas onde trabalhei leva-me a dizer tanto me faz.

Confesso que nem li o decreto, que tenho tido coisas mais interessantes para ler, mas na minha escola a senhora que fazia de presidente do CE faz agora de diretora, a vice passou a sub, os vogais passaram a adjuntos - espero não estar a enganar-me na terminologia decretada. O conselho de escola já transitou para definitivo.

Não tive nadinha a ver com nada disto e mais Bobi menos Bobi, mais Tareco menos Tareco não me ocupa nem preocupa.

Lá que gostava que os candidatos a primeiro ministro declarassem que iam acabar com os titulares de quê, acabar com a avaliacão/farsa, acabar com a burocrática ocupação dos professores deixando-lhes tempo para se ocuparem das aprendizagens dos alunos, rever estatutos anulando as medidas de robotização e achincalhamento das pessoas lá isso gostava...

Justificar completamente

Respeito

Em casa escrevia relatórios e atas tendo como cenário e som de fundo o debate sobre o estado da nação na Assembleia. Que não estava em muito bom estado pude ir concluindo. Esgrimiam-se mais ou menos subretícios (estará assim no acordo ortográfico?) insultos, afirmavam-se mentiras mais modernamente chamadas inverdades, faziam-se acusações apoiadas em argumentos falaciosos. Nada de discutir com rigor e seriedade a substância das coisas. Todos mantinham pose de pessoas importantes dizendo coisas importantes num lugar importante.

O papel dos ministros nesta cerimónia é confrangedor. Ali estão sentadinhos no balcão que lhes cabe, ouvindo mudos e quedos as patacoadas quer do seu primeiro quer dos primeiros da plateia. Ali estão no papel de acólitos de um senhor que tem a boca (e a barriga) cheia de EU. Figurantes de baixa categoria, menos interactivos que os que assistem aos programas de um qualquer Goucha. Se já por aqui disse que nenhum daqueles senhores aguentaria uma semana a dar aulas na minha escola, suspeito que eu não aguentaria três horas daquela palhaçada. E acho que até têm coisas penduradas para fazer, pelo menos no que toca à senhora que faz de ministro da educação.

Às tantas o senhor que fazia de ministro da economia descompôs a figura. Fez de si touro pronto para investida. A câmara de tv mostrou o gesto que compunha a transfiguração. Ao que parece respondia a provocação lateral de um deputado. As bocas alheias e próprias não se ouviram. E é no que dá haver câmaras de tv. É como com os telemóveis que filmam os incidentes das aulas. Se não houvesse filme, não havia incidente. Se não houvesse câmara de tv o homem/touro passaria despercebido. Assim caíu o Carmo e a Trindade.

Considera-se que tudo estava a ser da maior correção e respeito e que só a figuraça do ministro da economia abandalhou. Conceções de cortesia que não partilho. Ouvi na rádio um comentador afirmar que tal gesto tinha sido gravemente desrespeitoso para as mulheres. Esta agora! Distinção de género que não entendo. Devo estar a precisar de formação em linguagem gestual. Se a investid[ur]a fosse contra uma Ana Drago, ainda faria algum sentido, o macho latino, bla, bla, bla! Mas o visado era o Bernardino Soares! Bom, adiante, o respeitador Sócrates atirou abaixo o ministro que, confesso, tinha trazido um pouco de frescura à redação da minha ata. Aquilo tudo era tão mauzinho... e um homem que declara terminada a crise faz falta em qualquer governo.

Apesar de terem andado a instalar na Assembleia barreiras químicas contra os xilófagos, preciosidade que já aqui registara (Valha-me outra vez o La Tourette - 24/10/2008), o caruncho anda mesmo a roer-lhes as cabeças.

quinta-feira, julho 02, 2009

Tantos manifestos...

Já por aí estão três manifestos sobre "o investimento" em tempos de crise.

Agradou-me este "quarto manifesto" que José Manuel Fernandes escreve no editorial do Público:

[...]

Primeiro que tudo: que critérios devem presidir ao investimento público num tempo de crise económica, elevados índices de desemprego e crescimento exponencial da dívida externa e, também, da dívida pública? Sugerimos quatro, mas há outros possíveis:

a) Os investimentos devem procurar resolver problemas existentes, por vezes microbloqueios que tornam tão difícil a vida dos cidadãos e das empresas em Portugal, em vez de olharem para problemas futuros, sempre eventuais, e criando dívidas, essas, sim, bem reais;

b) Entre um investimento que cria muita mão-de-obra, mesmo que não muito qualificada, e um investimento capital-intensivo, deve-se escolher o primeiro;

c) Os investimentos devem ser preferencialmente locais e seguir, no processo de decisão, o princípio da subsidiariedade. O Governo deve ficar o mais longe possível das decisões de investimento, que devem antes do mais caber à iniciativa privada e implicar uma co-responsabilização, assim como uma partilha de riscos quando houver dinheiros públicos envolvidos.

d) O factor inovação é essencial, mas não é o Governo que diz o que é inovador ou é antiquado: a este só deve competir ajudar os portugueses a arriscar mais.

Olhando para o país e para o papel do Estado com estas lentes, de imediato surgem inúmeras ideias sobre onde o investimento público pode ser aplicado sem sobrecarregar as gerações futuras, com efeitos na qualidade de vida e tornando o país mais atractivo para o investimento estrangeiro. Algumas sugestões:

- investir a sério na reabilitação dos espaços públicos, desde as casas que estão a cair (pertencendo muitas delas ao Estado) às pequenas estradas esburacadas, desde a requalificação das cidades à recuperação dos monumentos. São trabalhos que empregam muita gente, da construção civil aos gabinetes de projecto, são trabalhos que, bem feitos, implicarão inovar, pois passaram pelos investimentos em novas infra-estruturas de todo o tipo;

- investir na conservação de energia, algo tanto ou mais importante como produzir energia "verde". Isto passa tanto pela poupança de energia nos espaços públicos como, por exemplo, por apoios a um melhor isolamento das habitações ou edifícios de escritório, o que passa por utilizar novos materiais na sua recuperação ou por apoiar a substituição das janelas de vidro simples por janelas de vidro duplo, o que só por si criaria oportunidades industriais.

- pensar menos em "planos quinquenais" de investimento em energias renováveis ou carros eléctricos, operações de comando central, mas estimular os consumidores a também eles produzirem ou armazenarem energia de forma mais eficiente, o que talvez diminuísse o poder da EDP mas nos permitiria ter uma rede de distribuição de energia bidireccional e inteligente. Ou seja, levar o conceito da interactividade da Net ao sector energético, uma das apostas fortes da administração Obama.

Poderíamos continuar, mas é preferível deixar um alerta: estes milhares de micro e pequenas obras, de micro e pequenos investimentos não são apreciados nem pelos Governos nem pelos gigantes dos diferentes sectores. Os Governos porque controlarão menos e farão menos inaugurações. Os gigantes dos sectores porque perderão quotas de marcado para os que hoje não têm o privilégio de se sentar à mesa do Orçamento mas são empreendedores, trabalhadores, sabem inovar e, aqui talvez necessitando de alguma ajuda, são capazes de arriscar. Por isso é que até há muitos programas que poderiam responder a estas necessidades mas não funcionam porque morrem nas mãos de burocratas ou fenecem sob pilhas de outros processos. Quanto mais não seja porque se se aprecia o gosto por controlar tudo em São Bento (agora como no passado), a nossa administração está cheia ora de tiranetes, ora de gente em busca de prebendas, ora simplesmente de incompetentes e de gente sem sensibilidade moral ou cultural.

Para vencer a crise, este exército de empatas também teria de ser tirado do caminho.