Excelente 2007
Ainda não fui para as rabanadas. Um comentário já publicado ao post de 7 de Dezembro "Substituições, parte VI - a madrinha" deixado hoje pelo meu anonymous de estimação, deu-me ânimo para voltar cá.
Alerta o nosso estimado anónimo para as duas primeiras sentenças que determinam o pagamento de substituições. Mais três sentenças de teor idêntico e teremos que receber um justo pagamento por este trabalho extraordinário (em todos os sentidos) que nos caíu em cima.
Estou na fila. Recorri, no final de Outubro do ano passado, hierarquicamente e levei uma tampa atabalhoadamente justificada. Estava na cara e na lei que o pagamento nos era devido. Não avancei para o tribunal porque já tinham entrado diversos processos. Mas guardei toda a documentação. E há que juntar as substituições do ano em curso.
Quase tenho pena da ministra. É o que dá avançar desordenada e obstinadamente. Não quis dar conta da embrulhada que a tarefa suscitava.
Ao contrário do que li há dias num jornal diário, quem carrega as substituições são os professores que não faltam. Esses formam o plantão que cobre as ausências. Com as desagradáveis consequências que as experiências vividas que tenho relatado nos posts revelam.
Percebi há pouco que há sistemas de diferenciação a funcionar dentro da mesma escola. Nos cursos de educação e formação (CEF), os professores podem faltar sem ter falta. Combinam entre si e trocam os tempos das aulas. Hoje os alunos têm mais matemática e nada de português e amanhã, ou depois de amanhã ou para a semana, nada de matemática e mais português. Fica o problema da falta, que imagino não seja frequente, resolvido sem recurso aos substitutos.
E há paradoxos.
No ano passado, face aos quatro tempos de substituição que tinha a mais no horário (de três turmas passei a ter sete), estudei as matérias das diversas disciplinas naquele início de ano lectivo e tentei fazer o melhor que sabia as aulas para que fui enviada. Indignou-se o Conselho Executivo da minha escola quando requeri, ao abrigo do estatuto, o respectivo pagamento e chamou-me a presidente para me informar que se tratava apenas de entreter os alunos. E evitava a todo o custo que fizéssemos as substituições dentro da nossa área disciplinar para que não se pudesse considerar "aquilo" aulas.
Livrei-me deste pesadelo a partir de Novembro graças à jovem senegalesa que enfiaram numa das minhas turmas e com quem fiz questão de trabalhar a língua portuguesa tendo tido para tal que travar batalha (post "Diversidade linguística" de 9 de Novembro). Fiquei depois com o horário de pantanas mas valia o esforço.
Bem tentei este ano manter esse apoio mas "as instruções da tutela dão prioridade às substituições" (está em acta) e os alunos que continuem a falar apenas francês, guzerate, mandarim, ucraniano... e se chorarem nas aulas por não conseguirem acompanhá-las assobiemos para o lado. (Tem lógica - se são imigrantes querem vir para cá fazer o quê? Não é para as obras, para as limpezas? Querem ir para a faculdade, não? Era o que faltava!)
E este ano lá vamos dar mesmo aulas, aulas com plano, sumariadas e numeradas.
Lá se vai o erário público!
E assim, em jeito de Mofina Mendes, comunico que vou finalmente enriquecer. Que as minhas substituições saem caras, muito caras.
Muito lhe agradeço, caro anonymous. Um óptimo 2007 para si e que possa ir dando boas notícias.
Agora parto mesmo para as rabanadas.
Alerta o nosso estimado anónimo para as duas primeiras sentenças que determinam o pagamento de substituições. Mais três sentenças de teor idêntico e teremos que receber um justo pagamento por este trabalho extraordinário (em todos os sentidos) que nos caíu em cima.
Estou na fila. Recorri, no final de Outubro do ano passado, hierarquicamente e levei uma tampa atabalhoadamente justificada. Estava na cara e na lei que o pagamento nos era devido. Não avancei para o tribunal porque já tinham entrado diversos processos. Mas guardei toda a documentação. E há que juntar as substituições do ano em curso.
Quase tenho pena da ministra. É o que dá avançar desordenada e obstinadamente. Não quis dar conta da embrulhada que a tarefa suscitava.
Ao contrário do que li há dias num jornal diário, quem carrega as substituições são os professores que não faltam. Esses formam o plantão que cobre as ausências. Com as desagradáveis consequências que as experiências vividas que tenho relatado nos posts revelam.
Percebi há pouco que há sistemas de diferenciação a funcionar dentro da mesma escola. Nos cursos de educação e formação (CEF), os professores podem faltar sem ter falta. Combinam entre si e trocam os tempos das aulas. Hoje os alunos têm mais matemática e nada de português e amanhã, ou depois de amanhã ou para a semana, nada de matemática e mais português. Fica o problema da falta, que imagino não seja frequente, resolvido sem recurso aos substitutos.
E há paradoxos.
No ano passado, face aos quatro tempos de substituição que tinha a mais no horário (de três turmas passei a ter sete), estudei as matérias das diversas disciplinas naquele início de ano lectivo e tentei fazer o melhor que sabia as aulas para que fui enviada. Indignou-se o Conselho Executivo da minha escola quando requeri, ao abrigo do estatuto, o respectivo pagamento e chamou-me a presidente para me informar que se tratava apenas de entreter os alunos. E evitava a todo o custo que fizéssemos as substituições dentro da nossa área disciplinar para que não se pudesse considerar "aquilo" aulas.
Livrei-me deste pesadelo a partir de Novembro graças à jovem senegalesa que enfiaram numa das minhas turmas e com quem fiz questão de trabalhar a língua portuguesa tendo tido para tal que travar batalha (post "Diversidade linguística" de 9 de Novembro). Fiquei depois com o horário de pantanas mas valia o esforço.
Bem tentei este ano manter esse apoio mas "as instruções da tutela dão prioridade às substituições" (está em acta) e os alunos que continuem a falar apenas francês, guzerate, mandarim, ucraniano... e se chorarem nas aulas por não conseguirem acompanhá-las assobiemos para o lado. (Tem lógica - se são imigrantes querem vir para cá fazer o quê? Não é para as obras, para as limpezas? Querem ir para a faculdade, não? Era o que faltava!)
E este ano lá vamos dar mesmo aulas, aulas com plano, sumariadas e numeradas.
Lá se vai o erário público!
E assim, em jeito de Mofina Mendes, comunico que vou finalmente enriquecer. Que as minhas substituições saem caras, muito caras.
Muito lhe agradeço, caro anonymous. Um óptimo 2007 para si e que possa ir dando boas notícias.
Agora parto mesmo para as rabanadas.