Escola
segunda-feira, julho 28, 2008
sexta-feira, julho 18, 2008
A mulher que não conhecia a alface
Uma mulher veio da Guiné juntar-se em Portugal ao seu companheiro aqui imigrante. Pouco depois de chegar, desconhecendo a alface, planta inexistente na sua região de origem, cozeu-a. O marido, usando como pretexto aquela "estupidez", abandonou-a.
A história deu azo a larga conversa - relações entre as pessoas, na família, os formatos da violência, os conceitos de estupidez/inteligência, as experiências novas...
E com base na história e na conversa, escrevemos e representamos um drama em três soluções (ou três atos). A cena I é igual nos três atos, terminando numa cantoria que repesco de um video de um professor de música que há mais de vinte anos vi brincando com Vivaldi. As cenas II contêm as três soluções e terminam também com cantigas que construímos com música do nosso folclore.
Compõem o cenário uma mesa (vazia nas cenas I e posta nas cenas II) e quatro cadeiras. Embora haja apenas duas personagens - a mulher e o homem - conseguimos que todos participassem. Numa espécie de "casting" caseiro, selecionámos três pares, um par para cada ato. Os coros têm a vantagem de alargar as entradas em cena e as claquetes em cartão que usámos para marcar mudanças de atos e cenas permitiram a participação dos que não foram nas cantigas.
- drama em três soluções -
Solução 1
Cena I
Mulher - E eu estou feliz por estar contigo!
Mulher - Alface? Não sei o que é alface!
Homem - É um vegetal que há cá em Portugal. Pedes lá na loja e aprendes logo o que é.
Que dia tão lindo que hoje está...
Que dia tão lindo que hoje está...
O sol brilhando assim, assim...
O sol brilhando assim, assim...
O sol brilhando,
O sol brilhando,
O sol brilhando assim.
Cena II
[A mulher está a acabar de pôr na mesa a comida e numa travessa estão as batatas e a alface cozida. O homem entra em cena]
Ó que amor tão pequenino,
Ó que amor tão pequenino,
Que acaba com uma alface,
Que acaba com uma alface.
É verdade, é verdade,
É verdade, sim senhor!
Este homem é um pateta,
Não merece o seu amor!
Solução 2
Cena I
(igual à Cena I da Solução 1)
Cena II
Homem - Oh! Que disparate o meu. Não te disse que a alface era para salada!
Mulher - Arranjei mal, foi?
Coro
Ó que amor tão bonito,
Ó que amor tão bonito,
Este homem nos vem contar,
Este homem nos vem contar.
É verdade, é verdade,
A verdade bem-me-quer,
Este homem sabe amar
E respeitar a mulher.
Solução 3
Cena I
(igual à Cena I da solução 1)
Cena II
Homem - Ah! Cozeste a alface! Que engraçado!
Mulher - Engraçado porquê?
Homem -Cá não é costume cozer a alface. Come-se crua, com cebola, azeite e vinagre.
Mulher - E agora?
Coro
Este homem é muito grande
E tem grande o coração,
Está livre p´rá novidade
Ao diferente dá a mão.
É verdade, é verdade,
A verdade vem dançar,
Com esta grande paixão
Este casal vai voar.
Ciganos, africanos, caucasianos...
Em tempos de crise estimula-se o racismo, a xenofobia. Os ciganos foram desde sempre uma utilíssima criação para garante da pureza dos "outros". Eles eram os que ficavam à margem para dar a ideia de que todos os outros estavam bem integrados. E "dos outros", os que iam sendo empurrados para fora ganhavam estatuto de ciganada.
Os bons caucasianos exterminaram no gás meio milhão de ciganos mas a história logo baniu da memória o episódio, tal como agora se propõe banir o extermínio dos judeus. A coisa (o)corre de acordo com as conveniências.
E continuando sobre o nosso agora, transcrevo dum blogue amigo
14 Julho 2008
Civilização
Pois, tudo coisas da civilização. E havendo civilização não há bárbaros.
terça-feira, julho 15, 2008
Acordo ortográfico
Há de haver quem, diante deste texto, se vá entreter a fazer a sua correção. Leem, releem e só lhes apetece fazer sublinhados a vermelho. Paciência. Os que chegam a este blogue vindos do Brasil, de Angola, de Moçambique acharão tudo isto correto, exato. Ainda bem.
E, nota importante, a corrupção continua tal e qual. Não sofre alteração.
Mais concurso para 2008-2009
segunda-feira, julho 14, 2008
Não vá o sapateiro além da chinela ... ou cada macaco no seu galho...
Há dias, num blogue de professores que caía em cima do senhor Marinho Pinto, armei-me num comentário em "defensora" do homem. Em muitas das suas intervenções põe o dedo nas feridas. E o desassombro agrada-me.
Mas, estando hoje com a pantalha televisiva iluminada, dei de caras com o senhor bastonário a reclamar da enorme facilidade do exame de português do 12º ano. Dizia ele que o faria na sua 4ª classe. Grande escola teve! Bem gostava de saber por que escola andou. É que a prova que eu vi do 12º ano pareceu-me difícil e com falhas de construção. E os resultados viram-se - bons alunos obtiveram péssimos resultados.
Sobre os exames muita água vai ainda correr debaixo das pontes. Bom era que as opiniões de tantos comentadores fossem bem fundamentadas.
Remetendo-me à minha chinela, e estando o assunto em discussão aí pela blogosfera, não considero que as aferições de 6º ano fossem um mar de facilitismo. Quer a prova de português, quer a de matemática eram provas extensas e que exigiam concentração. Tendo estado envolvida na classificação da prova de português, recebi (e passei aos classificadores que comigo trabalharam) instrução de rigor na aplicação dos critérios definidos para a sua análise.
Tentámos aplicá-los o mais rigorosamente que pudemos. Digo tentámos já que sabemos das dificuldades que encontramos na classificação de provas de português, sobretudo na expressão escrita e em questões abertas que implicam opiniões pessoais, interpretações com margem de subjetividade. E sabemos dos "critérios obscuros" que nos assaltam na função - uma letra feiota, uma mancha de texto desagradável à vista, dois erros ortográficos logo na primeira linha da composição são o suficiente para inquinar a tarefa. Mas tentámos e os resultados finais, tanto das provas que corrigi como das provas dos alunos da minha escola, não foram brilhantes.
Pensando nos meus Excertos, publicados no blogue em 28 de Setembro de 2007 e reveladores do modo como tantos alunos chegam ao 5º ano de escolaridade, interrogo-me sobre a dificuldade de construir este exercício de aferição que se pretende "universal", e mesmo da sua utilidade.
Há desnorte na definição do que hoje, ciclo a ciclo, deve ser exigido. Desorientação também na articulação entre ciclos. Desorientação é palavra leve. Inexistência de articulação.
Trabalhinho sem rede, é o que é.
Conselho científico para avaliação dos professores
domingo, julho 13, 2008
As regras e os princípios - assim vai a autonomia
Aqui fica o despacho contendo as regras e princípios orientadores para organização do ano lectivo 2008/2009. Passe as páginas iniciais, correspondentes ao despacho deste ano, e siga para o anexo que traz o texto completo, resultante da reunificação dos despachos sobre o assunto dos três últimos anos.
Avaliação rapidinha
Xenofobias
Incomodada com o que se vai passando no concelho onde trabalho, relembro o que há dias judiciosamente dizia a minha filha: As fábulas do senhor La Fontaine são deformadoras; que ideia de interculturalidade passa a fábula A raposa e a cegonha?
terça-feira, julho 08, 2008
Noruega... para pensar !
"A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros." "É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica." "Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar.
E, já agora, os políticos. Numa crónica inspirada, o correspondente da TSF naquele país, afiança que os ministros não se medem pelas gravatas, nem pela alta cilindrada das suas frotas. Pelo contrário, andam de metro, e não se ofendem quando os tratam por tu. Aqui, cada ministério faz uso de dezenas de carros topo de gama, com vidros fumados para não dar lastro às ideias de transparência dos cidadãos. Os ministros portugueses fazem-se preceder de batedores motorizados, poluem o ambiente, dão maus exemplos e gastam a rodos o dinheiro que escasseia para assuntos verdadeiramente importantes." "Mais: os noruegueses sabem que não se «projecta o nome do país» com despesismos faraónicos, basta ser-se sensato e fazer da gestão das contas públicas um exercício de ética e responsabilidade.
Arafat e Rabin assinaram um tratado de paz em Oslo. E, que se saiba, não foi preciso desbaratarem milhões de contos para que o nome da capital norueguesa corresse mundo por uma boa causa."
"Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais, nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola. Nas gélidas terras dos vikings conheci empresários portugueses que ali montaram negócios florescentes. Um deles, isolado numa ilha acima do círculo polar Árctico, deixava elogios rasgados à «social-democracia nórdica». Ao tempo para viver e à segurança social."
"Ali, naquele país, também há patos-bravos. Mas para os vermos precisamos de apontar binóculos para o céu. Não andam de jipe e óculos escuros. Não clamam por messias nem por prebendas. Não se queixam do «excessivo peso do Estado», para depois exigirem isenções e subsídios." É tempo de aprendermos que os bárbaros somos nós. Seria meio caminho andado para nos civilizarmos.
Que professores temos?
À primeira vista, no 2º ciclo, estamos velhotes!
A distribuição por disciplina pareceu-me merecedora de esmiuçamento.
Não haverá dados da distribuição por escalões? A idade dará essa indicação aproximada?
Ignorou-se, que ainda não era tempo deles, a distribuição dos titularados - ainda bem, ficam menos reais, mais "titulares de quê".
sábado, julho 05, 2008
Da APEDE - O documento secreto de João Freire
sexta-feira, julho 04, 2008
Irritações
Irritaram-se os candidatos eleitos para o conselhão com o meu texto Conselho Geral Transitório do dia 25 de Junho. Irritaram-se comigo. Agora nem bom dia nem boa tarde, nem cigarrinho conjunto.
Não era comigo que deviam danar-se. Deviam fazê-lo com quem, na prática imediata, lhes mostrou absoluta desconsideração ao não proceder como devia, em jeito de amostra do que vão defrontar.
Possivelmente nunca aprenderam que faz parte das obrigações da Mesa Eleitoral, encerrada a votação, proceder ao apuramento dos resultados e torná-los de imediato públicos. Já devem ter sido eleitores em muitas ocasiões, mas nunca lhes passou isto pela cabeça.
Lá entre eles dirão que são picuinhices, coisas sem importância. Estarão distraídos do que vai pelo mundo. É por se pensar nestes termos que as eleições de delegados nas turmas são tão tristes e pouco formativas. Que o papel do delegado de turma é ou esvaziado ou malversado. Que a participação das pessoas nos órgãos é, em tantos casos, reduzida ao abanar da cabeça. Que tantos professores se disponibilizam para grelhar os seus pares ou instruir-lhes processozinhos.
PS: Curiosidades: Dois dias depois, papel afixado. A Mesa, que ganhou adereços no decurso do processo (não me apercebi na reunião magna em que se constituiu que a presidente do CE e da Assembleia dela fizessem parte, para lá dos outros três professores), não é muito boa em contas - o número correspondente ao universo de "recenseados" lá estava e menor do que eu imaginava dada a quantidade de escolas que fazem parte do agrupamento; também conseguiram contar os votos entrados - na lista, nulos, brancos; já não se deram ao trabalho de adições e subtração que permitiria que constasse o número de abstenções. Era cansativo e não está na moda - não há abstenções, pronto. Ai, os tais valores arredios!
quarta-feira, julho 02, 2008
Carreira docente - o estudo de João Freire
PARA UMA GENEALOGIA DO ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE ? 1
SOBRE O ESTUDO DE JOÃO FREIRE
Recentemente, tem sido objecto de crescente atenção um texto que dá pelo título de Estudo sobre a Reorganização da Carreira Docente do Ministério da Educação, da autoria de João Freire, sociólogo do ISCTE e mentor da actual Ministra da Educação. O Paulo Guinote deu-lhe o devido destaque no seu blogue, e outros o têm comentado. Trata-se de um texto que permaneceu, durante demasiado tempo, no "segredo dos deuses". Percebe-se porquê: ele constitui, ao mesmo tempo, a matriz inspiradora e a legitimação "a priori" da revisão a que esta equipa ministerial entendeu submeter o Estatuto da Carreira Docente. Precisamente por isso, este texto merece sair do quase secretismo onde foi estrategicamente encerrado e deve ser exposto diante dos seus principais interessados: os professores.
A análise a que o iremos sujeitar não pretende ser exaustiva. Deter-nos-emos apenas nos aspectos que nos parecem mais significativos. Descobrir este texto é, de facto, mergulhar nas raízes de muitas das políticas educativas que o Ministério tem despejado sobre as escolas e sobre os profissionais do ensino. O Paulo falou de «arqueologia» do Estatuto da Carreira Docente. Nós preferimos o termo mais nietzschiano de genealogia, por ser uma palavra que retém uma atitude de suspeição face às maquilhagens retóricas que procuram disfarçar e servir certos interesses inconfessados e inconfessáveis.
Logo nos primeiras páginas do relatório de João Freire, há um pormenor que não pode deixar de causar estranheza até ao leitor mais distraído ou mais benevolente. De facto, o estudo parece ter sido encomendado pela Ministra a 27 de Setembro de 2005, numa carta onde explicitava os objectivos que esse trabalho deveria preencher: nada mais, nada menos do que a «revisão urgente do modelo de progressão nas carreiras de educadores de infância e de professores do ensino básico e secundário, norteada pelo princípio da valorização da prática lectiva e sustentada por referências comparativas com outras carreias profissionais de estatuto social equivalente em Portugal e com carreiras homólogas em outros países» (p. 8). Seria de esperar que um objectivo tão extenso e tão ambicioso, requerendo o tratamento analítico de imenso material empírico, a exploração de comparações pertinentes entre sistemas educativos de vários países e entre carreiras profissionais diversas, obrigasse a um longo período de trabalho científico. A virtude da "ruminação", própria do tempo da ciência, não se compadece, de facto, com as "urgências" do tempo político. Ora, qual não é o nosso espanto quando constatamos que João Freire realizou a proeza de ter o estudo pronto em... Dezembro. Pouco mais de três meses foi quanto bastou para responder a um objectivo cuja complexidade intrínseca pareceria incompatível com a celeridade das decisões políticas. Em nosso entender, esta pressa contamina todo o estudo de João Freire e compromete a qualidade e o rigor que alguns, mais "generosos", lhe apontam. Na verdade, pensamos que aqui a questão da temporalidade não é inocente, nem isenta de consequências. Ela remete para um ponto fundamental e embaraçoso da actividade científica contemporânea: o das relações promíscuas entre a ciência institucionalizada e o poder político. Numa cultura em que a religião deixou, há muito, de fornecer a caução legitimadora dos actos políticos, é a ciência que se vê solicitada a desempenhar esse papel. Os ganhos materiais e simbólicos que daí decorrem são um poderoso atractivo para muitos cientistas e uma almofada sedutora onde repousam muitos casos de desonestidade intelectual. Poder-se-á objectar que o estudo de João Freire, na sua génese, nunca pretendeu constituir uma tese de investigação aprofundada sobre um determinado tema, mas, tão-só, um produto de encomenda para satisfazer uma necessidade política conjuntural. Porém, não é exactamente assim que ele se nos apresenta, nem é assim que o seu autor e o próprio Ministério o querem ver reconhecido. O texto de João Freire habita, pois, uma zona cinzenta onde o científico se confunde com o político, e na qual o ideológico se recusa a dizer o seu nome. Cabe-nos, portanto, denunciar o que procura, desse modo, furtar-se ao nosso escrutínio.
Outro motivo de perplexidade que encontramos no início deste estudo é o enunciado dos «princípios e principais problemas esperados» (p. 9). Notem que não são «princípios» e «problemas» quaisquer. São, isso sim, princípios e problemas «consensualizados» numa reunião do autor com a Ministra. Essa «consensualização» obriga-nos a lê-los com atenção redobrada. Quanto aos princípios, deparamo-nos, desde logo, com a ideia de «progressividade, implícita na noção de carreira, com ou sem limitações de acesso aos escalões mais elevados, mas com reconhecimento do mérito individual e valorização da experiência». Sim, leram bem: parece que a Ministra e o seu antigo mestre João Freire admitiam que a progressão dos professores pudesse ser feita sem limitações de acesso aos escalões mais elevados. É verdade que semelhante hipótese vai ser rapidamente descartada pelo próprio estudo, mas não deixa de ser bizarro vê-la referida à cabeça do texto. Também é digno de nota, por ser tragicamente cómico, que entre os tais princípios «consensualizados» se contem coisas como a «simplicidade de compreensão do sistema e dos próprios processos» e, sobretudo, a «não desvalorização salarial dos docentes em exercício». A obscuridade perversa dos textos legislativos produzidos pela actual equipa ministerial ? um detalhe em que ela não é, aliás, inovadora ? e as medidas economicistas para bloquear a promoção salarial dos professores dispensam comentários adicionais sobre a coerência com que o Ministério tem interpretado esses dois últimos princípios. Mas, quando nos voltamos para os «principais problemas esperados» pelo autor do estudo, encontramos afirmações deveras curiosas (embora não necessariamente intrigantes). De facto, João Freire considerava "problemática" a «manutenção de uma carreira única», ou que a «transição de regimes legais» se fizesse com «respeito por direitos adquiridos», ou ainda - e isto é verdadeiramente espantoso num texto que se quer científico e nada ideológico - a «negociação da concretização ou ajustamento de soluções com as associações sindicais do sector». Será aqui que devemos encontrar a raiz do desprezo com que Maria de Lurdes Rodrigues tratou os sindicatos de professores ao longo de todo o processo negocial do Estatuto da Carreira Docente?
(Para continuar)
terça-feira, julho 01, 2008
Critérios
Redução substancial de turmas de 7º ano na escola. A secundária com 3º ciclo da zona está com falta de clientes e há que partilhar. Apenas quatro turmas ficam na escola. Dos alunos que completaram o 6º ano, quem continua na escola e quem parte?
Comunicaram-nos os critérios aprovados para este ano em reunião de departamento. Cá vão pela ordem: ter irmãos na escola, ter bom aproveitamento, bom comportamento e boa assiduidade.
Os critérios para estas partilhas pareceram-me sempre um pouco obscuros e, se esta E. B. 2.3. ficava para o final dos malfadados rankings, a Secundária + 3º ciclo, conseguia ficar ainda mais para trás.
Embora as escolas devam distar um pouco mais de dois quilómetros uma da outra, as áreas de residência não são para aqui chamadas.
Hoje, ao fumar junto ao portão, deparei com uma mãe de penitência, esperando pacientemente pelo professor que fora diretor da turma do seu filho, para lhe pedir socorro. O rapaz, que até aqui não reprovou nunca mas lá foi andando sem esforço excessivo, tinha como destino a saída embora viva num bairro bem próximo desta escola, e no sentido contrário ao da outra, e tenha perto de si os avós que lhe vão prestando apoio. Estava preocupada aquela mãe. Apesar de ter outra filha a entrar este ano no 5º ano, nada parecia alterar aquela decisão.
Emaranhados que não domino.
A liberdade de expressão
Nunca o visitara mas, pelo que vou ouvindo, incomodava um senhor autarca que recorreu à "justiça". O doutor juiz, sentindo-se empossado de divinais poderes, determinou que se calasse. E foi pressurosamente calado. E há sentenças e sentenças. Umas têm cumprimento imediato, outras ficam para as calendas gregas.
Repudiei aqui a perseguição criminal movida contra o autor do blogue Portugal Profundo. Cá volto.