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M. Eugénia Prata Pinheiro

segunda-feira, junho 29, 2009

De Secretário de Estado da Justiça a porta-voz do PS

O secretário de Estado da Justiça, João Tiago Silveira, passou a ser oficialmente o porta-voz do PS.

Fica mais claro assim. Ainda há pouco tempo, por Abril, foi este senhor que veio à praça pública atacar a bastonária da Ordem dos Notários por esta ter cumprido a lei ao tornar públicas escrituras - com apelido "públicas" - de compras de casinhas. No texto Abafadores, Aloquetes...Estaline parte III, de 21 de Abril, estranhei as declarações deste secretário da Justiça.

Afinal era secretário de Estado da Justiça e era pré-porta-voz do PS. Não explicam, a gente não sabe e é levada a cometer estes erros de análise. Agora está explicado!

sábado, junho 27, 2009

Calendarização do próximo ano lectivo

Furtei ao Ramiro Marques este calendário.

quarta-feira, junho 24, 2009

Gostava de...

Pois gostava de estar a passear-me pelas ruas do Porto, alho porro numa mão, cidreira na outra. Aromas sábios que arredam espíritos maléficos - dos virus da gripe às pagelas da bufaria.

Ouvi que o metro vai funcionar toda a noite. Belo serviço público. Por cá, no santo da capital, acabou às duas da manhã, consonante com o marchismo. Folia curta.

Ó patego, olha o balom!

Bib'ó Puarto!


domingo, junho 21, 2009

António Guerreiro ao pé da letra, no "Expresso"

A morte do examinador é a contradição perfomativa.

O que chama a atenção na prova escrita de Português do 12º ano não é o enunciado mas os preliminares: dezena e meia de indicações, prescrições, prevenções, proibições. Com um zelo burocrático total, os examinadores não deixam nada ao acaso, não ousam permitir aos alunos uma margem mínima para estes exercerem voluntariamente e sem tutelas as normas básicas do bom senso (por exemplo, que a resposta a um determinado item deve ser identificada com o número ou a letra desse item). Hoje tutelados, amanhã delapidados - eis o destino de uma geração. E porque nada pode ser deixado à mercê de decisões e interpretações pessoais, os examinadores chegam ao ponto de avisar na pag. 7: "Página em branco". Mas aqui incorrem numa contradição que não admitiriam aos alunos: a chamada 'contradição performativa,' que consiste em dizer algo que é imediatamente desmentido por aquilo que se faz: nenhuma página pode ser em branco se nela está escrito "Página em branco". E se os alunos, perante tão enigmática "Página em branco", mandassem os examinadores para onde eles merecem - para Aristóteles e Karl-Otto Apel?

Coisas que vou sabendo

Alguns pais/encarregados de educação de agrupamentos de escolas distantes escrevem-me mails muitas vezes contando os seus desalentos. Algumas direções de agrupamentos têm dificuldade no relacionamento com pais/ees que até querem fazer coisas para a escola.

Agora era o arraial de final de ano, actividade que constava do plano inicial. Face à ausência de informação estes pais avançaram com a sua proposta de organizar um quiosque com atividades e materiais diversos ligados à alimentação. Com peripécias várias pelo caminho conseguiram montar a tenda dedicada às crianças, pais e avós. Os assuntos iam do evitar a contaminação dos alimentos à limpeza da cozinha passando pela análise de rótulos, arrumação do frigorífico, a obesidade e o comer bem, tudo com jogos de pintar, completar, CD.Rom com jogo interativo. Havia cartazes - a nova roda dos alimentos, a saúde oral nas diversas idades. Havia maçãs e pêssegos.

Intrigados ficaram quando as crianças que por ali circulavam lhes perguntavam tratando-os por professores (adultos estando ali com tenda armada só podiam ser professores) o preço de tudo o que ali tinham - livros, maçãs... ou das atividades que ali podiam desenvolver - os jogos, os desenhos... Perceberam então que aquele arraial apenas fornecia instrução para o mercado. Os meninos deviam comprar tudo. O copo de sumo, a pintura da cara, tudo a troco das senhas compradas.

Ficaram desenquadrados - tinham jogos educativos, tinham fruta, tinham conversa e informação e tudo gratuito. Mas não devem ficar desapontados. Talvez todo este trabalho, que em isolamento construíram, venha a enriquecer umas quantas grelhas de avaliacão.


quinta-feira, junho 18, 2009

Aferição

Fui ver os dados globais e comparados com os de 2008 das provas de aferição. Não têm nada a ver com os resultados da minha escola. Hoje só tive tempo para retirar os da minha turma de sexto ano, língua portuguesa - 40% de negativas. Bem piores que os da turma de 2008. Passei os olhos pelas outras pautas e a coisa pareceu-me feia.

Agora é só desabafo com alguma raiva à mistura. É preciso uma análise mais fina. Espero este ano poder ter acesso às provas!

As provas que corrigi de um concelho distante do da minha escola também não eram famosas. Ignoro que classificação lhes terá sido atribuída que assim funciona o sistema. Mas lamento não ter dados para o compreender.


Engraçadinhos

Em 6 de Fevereiro de 2008 peguei na ficha de autoavaliacão que o ME dera à luz e aqui publiquei um Autogrelhamento.

De há uns tempos para cá, recebo quase todos os dias por mail uma adaptação/adulteração do dito texto com proposta de copy past. Pois copiem mas claro que gosto bem mais do original.

Agora agradecia que deixassem de me enviar o dito mail. Irrita-me um bocado.

Mais me irrita que chegue agora à mistura com os mails de regozijo pela chegada da neta. Auto-avalio-me agora como avó - excelente porque esta "titularidade" é excelente.

terça-feira, junho 16, 2009

Vida nova

Nasceu a minha primeira neta.

É bom, muito bom. Que venham mais!

domingo, junho 14, 2009

Sempre há cada uma...

A televisão tem esta coisa boa - desliga-se.

Que personagem - pré-reformem-na já.

Outras contas

Mais um texto furtado ao Reitor que, do seu elevado cargo, diz muito bem e a cores.


Nacionalização do BPN dava para alimentar 230,5 milhões de Etíopes. Ou praticamente todos os esfomeados de África

CGD injectou mais de 2,5 mil milhões de euros no BPN desde a nacionalização

Anda muito boa gente aflita com o valor da transferência do Ronaldo para o Real Madrid. Até o Programa Alimentar Mundial, vejam bem. Dizem eles que os 93 milhões que custou a transferência dava para alimentar 8,6 milhões de "bocas" esfomeadas na Etiópia...
Pois bem, proponho aos gestores do PAM que ponham os olhinhos no nosso socretino Governo e vejam este escândalo: "Buraco do BPN é 5 vezes maior que o do caso Madoff".

2.500.000.000 euros foi quanto os portugueses já pagaram, através do seu Governo SOCIALISTA, para cobrir os desmandos dos capitalistas.

Trata-se de uma quantia 26,8 vezes maior do que aquela que o Real pagou pelo Ronaldo. Dava para alimentar 230,5 milhões de bocas em todo o mundo. Desavergonhados.

Mourinho foi o que falou melhor: O Real está satisfeito, o Manchester está satisfeito, o Ronaldo também está satisfeito. Eu também estou.

Já quanto aos custos da nacionalização do BPN, a minha satisfação é esta: bandoleiros, perdulários, ladrões, saqueadores...
Reitor

Regabofe

Do Público de hoje, excerto de notícia de José Augusto Moreira

Ministério da Educação manda dar posse a director de escola cuja eleição foi suspensa pelo tribunal

Aumentam as denúncias sobre a intromissão dos poderes autárquicos na eleição dos novos directores escolares. Celorico de Basto é o caso mais recente

O Ministério da Educação deu ordens para que seja empossado o director de um agrupamento escolar cuja eleição está judicialmente suspensa por efeito de uma providência cautelar. À suspensão judicial junta-se também uma reclamação para a Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) que não foi ainda analisada, mas os responsáveis pelo ministério entendem que a situação "é gravemente prejudicial para o interesse público" e, como tal, o novo director deve ser já empossado.

Este será o primeiro caso a chegar aos tribunais, mas as denúncias sobre a intromissão dos poderes autárquicos no processo de eleição dos novos directores escolares fazem prever que venham a multiplicar-se os processos de contestação. [...]

Ainda a procissão vai no adro...

sábado, junho 13, 2009

Professores de Portugal, Uni-vos!


"Esta é a declaração de uma intenção tomada em consciência e coerência com as atitudes e posições por nós assumidas num passado recente. Não é um apelo a um qualquer movimento de desobediência civil, nem o seu contrário, assim como também não é uma recusa em nos submetermos à avaliação da qualidade do nosso desempenho enquanto docentes.
É apenas a manifestação pública da impossibilidade, de acordo com princípios de coerência e responsabilidade de que nos orgulhamos, de aceitarmos seguir as directrizes de um modelo de avaliação do nosso desempenho que de forma alguma cumpre os objectivos afirmados pela tutela, em particular no regime simplificado em vigor, de constitucionalidade duvidosa e escassa qualidade técnica.
Em conformidade com posições adoptadas por todos nós em momentos anteriores, os subscritores desta declaração afirmam a sua indisponibilidade para entregar a ficha de auto-avaliação nos moldes predeterminados pelo Ministério da Educação.
Esta posição implica rejeitar a transformação do biénio 2007-09 numa pseudo-avaliação com base em objectivos definidos entre três a cinco meses do final das actividades lectivas deste período. Esta atitude significa a recusa frontal em participar de forma activa numa mistificação pública cujo objectivo é fazer passar por verdadeira uma avaliação falseada do mérito profissional dos docentes, mistificação esta que sabemos ter objectivos meramente eleitoralistas mas que terá consequências profundamente negativas para a qualidade da educação em Portugal.
Estamos conscientes das potenciais consequências da nossa tomada de posição, nomeadamente quanto à ameaça da não progressão na carreira por um período de dois anos lectivos, assim como de um eventual procedimento disciplinar que todos contestaremos em seu devido tempo. Esta é uma atitude cujas implicações apenas recaem sobre nós, estando todos preparados para continuar a lutar pela demonstração da ilegalidade do regime da chamada avaliação simplex.
Estamos ainda conscientes de algumas críticas que nos serão dirigidas de diversos quadrantes. Todas elas serão bem-vindas, venham de onde vierem, desde que se baseiem em argumentos e não em meras qualificações destituídas de conteúdo.
Aos que nos queiram apontar que não compete a cada cidadão definir a forma de cumprimento das leis que se lhe aplicam, poderíamos evocar o artigo 21º da Constituição da República Portuguesa, mas bastará sublinhar o que acima ficou explicitado sobre a forma como encaramos as consequências dos nossos actos. A todos os que considerarem que esta é uma radicalização excessiva do nosso conflito com o Ministério da Educação reafirmamos que o fazemos em consciência e coerência com os nossos princípios éticos, sem calculismos ou outros oportunismos de circunstância.
Por último, salientamos que esta declaração não é um apelo a qualquer tomada de posição semelhante por ninguém, mas tão-só a afirmação da nossa. Não podemos, porém, deixar de constatar que a força de qualquer atitude é tão mais poderosa quanto consciente e esclarecida a convicção de quem a toma.
Ana Mendes da Silva (Esc. Sec. da Amadora), Armanda Sousa, (Esc. Sec./3 de Felgueiras) Fátima Freitas (Esc. Sec. António Sérgio, Porto), Helena Bastos (EB 2/3 Pintor Almada Negreiros, Lisboa), Maria José Simas (Esc. Sec. D. João II, Setúbal), Mário Machaqueiro (Esc. Secundária de Caneças), Maurício de Brito (Esc. Sec. Ponte de Lima), Paulo Guinote (EB 2/3 Mouzinho da Silveira, B. Banheira) Paulo Prudêncio (EBI Santo Onofre, Caldas da Rainha), Pedro Castro (Esc. Sec. Maia), Ricardo Silva (EB 2/3 D. Carlos I, Sintra), Rosa Medina de Sousa (Esc. Sec. José Saramago, Mafra) e Teodoro Manuel (Esc. Sec. Moita).

Público, 13 de Junho de 2009

Subscrevo esta corajosa tomada de posição.
Corajosa porque dá o peito às balas. O peito dos seus subscritores e de mais ninguém.
Corajosa porque é um exemplo e um desafio para milhares de outros professores saltarem das trincheiras e avançaram contra um inimigo velho, moribundo e há muito ferido de morte. Um inimigo que só precisa de um sopro para cair redondo.
Os subscritores declaram que a sua posição "não é um apelo a qualquer tomada de posição semelhante por ninguém...". Ok. Compreendo-os e respeito-os.
Mas não os deixo ficar sozinhos...

Por isso mesmo, faço daqui um apelo a todos os professores do país: uni-vos!
Voltai a fazer aquelas reuniões gerais em que aprovaram as moções e aprovem novas tomadas de posição públicas sobre a vossa indisponibilidade para participar no embuste nacional que vai ser a avaliação dos professores. Não entreguem a ficha de auto-avaliação.
Não tenham medo.
Não se ponham com cautelas execessivas.
Mudem o mundo! Levantem-se das trincheiras!

Não se ponham com rodeios. Tomem posições simples: meia página A4.
Aqui vai um exemplo:


Exmo. Sr. Director da Escola Em Que Trabalhamos
Os signatários, professores do quadro da escola que dirige, todos maiores e senhores do seu destino vêm declarar, solenemente, junto de V. Exa. o seguinte:
1 - Recusam-se a participar no actual processo de avaliação de desempenho do pessoal docente uma vez que o consideram uma mistificação pública e um embuste nacional que afectará negativamente e por longos anos a Educação e a Escola Pública.
2 - Em consequência, recusam entregar a ficha de auto-avaliação nos moldes predeterminados pelo Ministério da Educação.
Um Concelho de Portugal, --- Junho de 2009
Nome e assinatura


Não se deixem levar pelos gemidos de algumas pitonisas que defendem a entrega de uma ficha de auto-avaliação própria ou que se junte à de modelo oficial um protestozinho.
Só por estultícia ou, pior, para fazer dos portugueses parvos, é que se pode defender que algum Director aceitará uma ficha que não a de modelo oficial. E se lhe juntarem o protestozinho-descarga-de-consciência, quem o vai ler? Para que serve? Será uma espécie de traque cujo som esperado resultou em esguicho inadvertido.
Como o Guinote disse ontem num bonito poste, é tudo uma questão de tintins. Não de tamanho, mas de os ter ou não ter. Antes de continuar a conversa, faço daqui uma vénia às senhoras professoras e outras senhoras que, não os tendo felizmente, os tintins, claro, têm sangue a correr-lhes nas veias, fibra suficiente para caminharem pelos próprios pés e ossos lá, naquele sítio, onde muitos têm apenas cartilagem.


Corram com eles.
Reitor

Furtei do blogue do Reitor. Diz muito bem. Espero que muitos o sigam.

Eu não posso subscrever nada porque estou desde início fora da avaliacão. Textos por aqui dispersos contêm o que fui pensando de toda esta desastrosa farsa. Daí decorre que não me passaria pela cabeça autogrelhar-me, ir ao padre confessar as minhas falhas e virtudes. Se o padre quiser avaliar-me pois que leia atas, relatórios, sumários, registo de faltas... o que lhe aprouver e que lhe faça bom proveito.

A avaliação que me interessa é a que faço diariamente do trabalho que vou desenvolvendo de modo a que o possa ir ajustando.
Avaliacão, não.



Santos populares

Marchismos odeio, mas gosto da folia nas cidades, das pessoas à solta.

Lá fui ontem para a rua. Uns cunhados estreantes obrigaram a descida da avenida. Miraram as marchas e depressa admitiram não querer ser figurantes daquela seca organizada. E seguimos para pátios mais animados. Pelo meio da multidão de jovens descobri os filhos e muitos dos seus amigos. E a filha, em final de gestação, dançava "por receita médica". O último metro permitiu um regresso fácil. Saudei e agradeci ao funcionário que acompanhava a saída para fechar a estação. Olhou-me com algum espanto mas também desejou boa-noite. Foi bom.

Guardo na memória os risos, os cheiros, as cantorias e as bailações das noites de São João no Porto - guardo na memória porque raramente os horários escolares me permitem que para lá desande.

Prefiro a festa à moda do Porto. Ninguém ali é arregimentado para ficar horas de basbaque a ver as marchas passar. Anda-se pelas ruas sem destino, parando aqui e ali porque há bailarico, mais além porque se lançam balões. E pelo caminho esfrega-se o alho porro ou o molho de cidreira na cara do desconhecido passante que retribui animadamente. Agora tudo à mistura com os plásticos martelos.

E revejo o meu pai com um sorriso a distribuir cravos ou rosas às jovens raparigas que com ele se cruzavam enquanto a mãe se envolvia nas batalhas aromáticas dos alhos ou das ervas. Lembro-me da avó respondendo com vénia de bonomia às alhadas no seu belíssimo penteado branco. Lembro-me do velho tio que se enfiava no comboio sozinho para passar a noite de São João na cidade que tivera de deixar para trás.

As vésperas de São Pedro ocupavam-se com cerimónias de fogo no pátio da casa. Lá estavam as bichas de rabiar e outros fogos de vista. O ponto alto era o lançar de um balão construído por nós com arame fino e papel de seda que obrigava a gestos coordenados e conjuntos e ensinava um pouco de física. Os bonecos da cascata que todos os anos montávamos assistiam do seu canto.

Para além das sardinhas, era da praxe o cabrito assado. Lá o recupero mais uma vez este ano em Lisboa. Pois que viva o António, o João, o Pedro e até o Bento que já teve este ano muitas romarias.


quinta-feira, junho 11, 2009

Tão "sábios"...

Vale a pena ir espreitar o site da EPIS - empresários pela inclusão social.

Preside à direcção desta instituição, tão benemérita, sábia, criativa, salvadora da escola, o senhor João Rendeiro. Pois, esse, o do BPP que está condenado à falência.

Andei pelo site a passear e descobri que esta protectora instituição existe desde 2006. Por entre fotos de encontros, almoços e jantares de estadão (que lhes tenham feito bom proveito) encontrei citações:

“Para mim, a EPIS lembra-me Prometeu: com rigor, determinação, espírito de equipa, unidade na diversidade e pluralidade de perspectivas, roubamos o fogo a Zeus para o distribuirmos aos
desafortunados da vida que, lutando, não sabem como usá-lo de modo eficiente.”
Prof. Carlos Fernandes da Silva, Professor Catedrático, Conselho Científico EPIS

Cá está. Por isso incendiaram as escolas. Os deuses nos protejam dos nossos salvadores!

Quero ainda afirmar que o sentido de tudo está exactamente no cheiro do outro e na possibilidade de sentirmos esse cheiro... isto acontece quando estamos regularmente em coaching nas escolas, frente a frente com o miúdo rebelde, com o aluno em ruptura com o sistema ou com o adolescente desorientado e sem âncora familiar. Aí, mesmo que no papel de "treinador" dos mais novos, cumpre-se em pleno a EPIS.”
Dr. Daniel Rijo

Eu é que ainda não senti o cheiro destes treinadores. Bem gostava de perceber o que fazem nesse frente a frente com os alunos. Lá num qualquer ponto dizia-se que havia que descobrir até à Páscoa os alunos em risco. Dois períodos? E depois? Como treinam? Coaching?

Contamos com a colaboração de todas as Escolas Públicas do Concelho, que prontamente aderiram a este novo desafio e com uma equipa de Mediadores altamente motivada e muito empenhada no trabalho com os professores, alunos e famílias. Acreditamos que este Projecto vai congregar esforços e vontades diferenciados, com um propósito comum: contribuir para uma maior inclusão social dos alunos abrangidos, e para reduzir as taxas de abandono e de insucesso escolar no concelho de Odivelas.”
Filomena Viegas, Câmara Municipal de Odivelas

O concelho mesmo aqui ao lado e eu sem me ter apercebido deste desafio. Talvez por cá passe algum colega de Odivelas e explique estas maravilhas.

“No Agrupamento de Escolas D. Dinis, Odivelas, o Projecto EPIS pelos seus princípios orientadores e por todas as etapas já desenvolvidas, tem-se revelado de extrema pertinência, uma vez que, desde logo, centrou no aluno a análise de uma complexa “teia”, há muito diagnosticada pelos professores: a origem sócio-económica e cultural, a estrutura familiar, o contexto das amizades (áreas suburbanas: “terras de ninguém”), as condições habitacionais...
A Instituição Escolar, conforme hoje é constituída, revela-se anacrónica por falta de recursos físicos e humanos especializados.
Assim, o Projecto EPIS é INDISPENSÁVEL pela conjunção articulada das sinergias que influenciam o combate ao insucesso e abandono escolar, através de uma metodologia rigorosa e científica. (...)
Ana Manuela Gralheiro, Presidente do Conselho Executivo
do Agrupamento de Escolas D. Dinis - Odivelas

Descobriram o que os professores há muito tinham descoberto. Foi bom, certificaram a descoberta - a tal teia. Depois houve uma conjunção articulada das sinergias que influenciam o combate ao insucesso e abandono escolar e contribuíram para o êxito do Projecto. Que bom! E se explicassem a metodologia rigorosa e científica...

Resultados e Património Líquido
Com um resultado líquido apurado no valor de 1,640,273?, o património líquido da EPIS passou de um valor de 2,161,827? no final de 2006, para um valor de 3,802,099? no final de 2007. A rubrica “depósitos bancários e caixa” apresentou um valor de 3,384,732? no final de 2007. A maior parte deste valor - equivalente a 2,800,000? - está aplicada em depósitos a prazo, com maturidades entre 6 meses e 1 ano, e remunerações de mercado preferenciais, obtidas da consulta dos bancos Associados da EPIS.

Um património líquido de três milhões não é mau. E está no banco, a prazo. O presidente da instituição é o banqueiro João Rendeiro, saberá gerir a coisa. Pena que não esteja ainda para consulta o relatório e contas de 2008.

O site merece uma visita para percebermos o que se está a passar. Eu fiquei muito mais esclarecida. Ggggrrrrrrr.

quarta-feira, junho 10, 2009

10 de junho - insuflado gótico

Liga-se a televisão de manhã e cai-se nas cerimónias.

Aos desfiles seguem-se os discursos. O do António Barreto que presidiu à organização não deve ter sido protocolar. Não se falou mais dele. E eu, que gostei, espero poder lê-lo amanhã no jornal. O do Presidente da República não consegui ouvir. Logo nas primeiras palavras puxou do Nuno Álvares Pereira e estes heróis guerreiros e santificados rolham-me os ouvidos. Preconceito meu.

Às armas, às armas... ufa, safa, safa. O "Acordai" do coro levantou os condecorados. Ex-ministros da educação, ex-secretários do estado da dita e uma dona da atual comissão de avaliacão, ah. Deve ter sido a indicação da inefável Maria de Lurdes, na esperança de um dia subir a recolher a medalha, ladeada pelos também inefáveis Walter e Pedreira. Acho que foi à esperança que o Presidente da República apelou.

Acabou num fandango escalabitano.

AP Aqui fica a ligação para o discurso de António Barreto.

segunda-feira, junho 08, 2009

Depois dos votos

Tinha as primeiras aulas da manhã e foi bom ver os professores sorridentes a chegarem à escola. Há muito que não havia por ali tantas caras iluminadas. E, contra o que era habitual, até se falava de "política". Uma animação refrescante.

Sape gato lambareiro, tira as mãos... do açucareiro.

À sueca

Na Suécia o Partido dos Piratas ganhou um deputado no Parlamento Europeu. Lá estará então um pirata declarado. Melhor assim.

sexta-feira, junho 05, 2009

Para avivar a memória

Enviado pelo Ricardo Silva:

APELO AO VOTO CONTRA ESTE PS

Muito se tem escrito ultimamente, na blogosfera que apoia a luta dos professores, sobre a necessidade de contribuirmos para a derrota do PS nas próximas eleições, as de 7 de Junho e, acima de tudo, nas eleições para a Assembleia Legislativa.
Também já se ouviram vozes (poucas) que advertem para a necessidade de movimentos e organizações como a APEDE não se envolverem directamente neste combate político, sob pena de perderem a sua independência.
A esse conselho há que responder que a APEDE nunca fará qualquer indicação de voto para as eleições deste ano. Nunca fará, salvo uma:
OS PROFESSORES TÊM A OBRIGAÇÃO MORAL E POLÍTICA DE NÃO VOTAR NESTE PS.

Tal não significa que nos estejamos a envolver na política partidária. Significa, isso sim, que assumimos o envolvimento com uma posição que é política apenas porque nela afirmamos a nossa cidadania.
Acontece que este PS é o primeiro responsável pela profunda crise em que o sistema educativo português está mergulhado.

Deveríamos então abster-nos de apelar a que não se vote PS?

Sucede que este PS espezinhou os direitos e a dignidade profissional dos professores, colocando no Ministério gente que nunca escondeu o desprezo pela classe docente, que usou esse desprezo como arma de arremesso propagandístico, que tudo fez para tornar insuportável o quotidiano profissional dos professores, que multiplicou leis responsáveis pelo caos nas escolas e pela degradação das condições de ensino.

Deveríamos então abster-nos de apelar a que não se vote PS?

Acontece que as próximas eleições, particularmente as legislativas, podem abrir um novo ciclo político capaz de criar condições favoráveis à satisfação das exigências fundamentais que têm mobilizado os professores.

Deveríamos então abster-nos de apelar a que não se vote PS?

Não. Não nos vamos abster. Não nos vamos abster em sentido algum.

Por isso, e já para este dia 7 de Junho, a APEDE apela a que os professores contribuam para o princípio do fim da carreira política de José Sócrates e de quem o tem sustentado:
CONTRA ESTE PS, VOTAR, VOTAR.

quarta-feira, junho 03, 2009

Tão amigos que são...

Com pouco tempo para a escrita, descobri que tinha postado o que se segue em Fevereiro, com o título "Amigos que se avaliam". Transcrevo:

O que se segue foi publicado em finais de junho de 2008. Cá vai.

A biografia de José Sócrates, da autoria da jornalista Eduarda Maio, foi apresentada esta segunda-feira para uma plateia que surpreendeu pela ausência de todos os ministros do actual Governo, refere a Lusa.

O ex-ministro e ex-secretário-geral do PSD, Dias Loureiro, discursou durante a sessão de apresentação e revelou que a afectividade do actual primeiro-ministro foi a característica que mais o «emocionou» na leitura do livro «Sócrates - o menino de ouro do PS».

«O lado dos afectos foi dos que mais me emocionou, o seu amor pela sua terra. Estão em Vilar de Maçado os valores que o amarram à vida. Há duas coisas que não podemos escolher: os nossos pais e a terra onde nascemos. Temos a obrigação de respeitar essa herança, amá-la e transmiti-la», afirmou.

Entre elogios de «enorme generosidade», «sensatez», «prudência», «coragem» e «capacidade de liderança», Dias Loureiro classificou Sócrates como um «homem trabalhador» e um «homem de detalhes»: «Só quem está atento aos detalhes pode fazer grandes coisas. Essa é uma característica dos grandes homens».

Pronto, estes são os nossos grandes homens!

segunda-feira, junho 01, 2009

O voto

Recebi por mail diversos apelos ao voto em branco.

Desde jovem aprendi que só devemos votar branco se tal escolha estiver contemplada no boletim. Se no boletim, para além do registo de todos os partidos concorrentes, estiver mencionado o BRANCO, então podemos assinalar essa opção.

Tal não existe, pelo menos por enquanto, nos boletins de voto em Portugal. A democracia por cá é assim. Até teria sentido os votos em branco darem lugares na Assembleia da República. Lugares vazios de acordo com o método de contagem. Seria interessante.

Deixar o boletim sem qualquer marcação é abrir caminho ao aparecimento de canetas voadoras que por nós votam neste, naquele ou no outro. Há prestidigitadores que, em menos de um fósforo, votam por mim. Embora aprecie a ligeireza dos dedos desses artistas, prefiro que não me usem para demonstrar as suas habilidades.

Para votar branco só manuscrevendo no boletim BRANCO, desenhando à frente o quadradito e inserindo então a cruz marcadora. Vão anular o voto? Paciência. Não delego em ninguém.

Já vi tanta coisa!

A(pós) P(ostagem): Com esforço, talvez descubra um dos partidos do cardápio para pôr a cruz. Será mais eficaz para anular maiorias absolutas. Este PS já nem para Post Scriptum.